Capítulo IV

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I have this thing where I get older but just never wiser,
Midnights become my afternoons,
When my depression works the graveyard shift. —

Eu cantarolava no chuveiro, eu era assim amava cantar, amava dançar aleatoriamente pelo meu quarto, amava ficar largado na cama com minha cabeça suspensa no ar.

— Que cor eu escolho? — Questiono a mim mesmo olhando minhas peças de roupa — Que tal branco e rosa? — Digo pegando minha saia branca, ela era linda, meu irmão havia me dado de presente no nosso último aniversário.

— Sim ela é linda. — Bem devagar eu me vestir, primeiro as duas meias, eu amava como elas ficavam bem desenhadas em minhas pernas. Logo em seguida visto a minha saia.

Uma das partes que eu mais amava em meu corpo era minhas coxas, elas eram volumosas e macias. Eu cuidava demais de mim mesmo, a ponto de passar quase duas horas por dia ou fazendo meu cabelo ou cuidado do meu rosto.

Depois de vestir meu moletom rosa de tricô, tiro uma foto, além de ficar me admirando em frente ao espelho.

Depois de vestir meu moletom rosa de tricô, tiro uma foto, além de ficar me admirando em frente ao espelho

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— Gostoso. — Digo a mim mesmo e solto um beijinho.

Pego minha mochila e vou caminhando, meu pai já havia preparado meu café da manhã como fazia todos os dias. Panquecas com pequenas amoras que ele colhe de uma amoreira lá atrás na jardim.

Lembro de pegar o pote com a torta gelada, vou até a geladeira torcendo para que o Troy não tenha encontrado, ele comia tudo o que via pela frente. Por sorte estava do mesmo jeito que deixei, coloquei na minha mochila tomei meu café bem rápido, pois Troy já estava buzinando do lado de fora.

Ao chegar na escola mais uma vez meus amigos me esperavam na entrada. Pela suas caras eu já imaginava que estavam entusiasmados.

— Que caras são essas? —

— Ué, só estamos esperando por você. —

— É amigo, deixa de paranoia lindo. — Karen era ainda mais cinica do que Theo.

— Vocês viram o Ashton Blake? —

— "Ashton Blake"? Porque tanta formalidade com seu namorado? —

— Eu não tenho namorado Theo. —

— Ainda não. —

— Amigo, ele sempre fica no refeitório antes de entrar para sala. — Karen disse.

— Então vamos ao refeitório. — Disse Theo.

Bem, não vou mentir, mas naquele momento eu estava um pouquinho nervoso, meu coração estava um pouco acelerado.

Chegando no refeitório, procuro por ele entre as diversas mesas e o vejo sentado em uma mesa com um garoto e uma garota. Me dirijo até ele com meus amigos. Ele estava com um moletom amarelo que lembrava muito o que ele usava quando criança, estava sorrindo enquanto comia.

Cheguei bem ao seu lado e disse:

— Oi! —

— Oi! — Ele falou com um sorriso enorme no rosto.

— Só vim devolver o seu pote, e agradecer mais uma vez, estava muito bom. — Falei quase tropeçando nas palavras. Entreguei o seu pote, até que ele sentiu o peso.

—  Ah, e eu trouxe um pedacinho de torta gelada, espero que você goste. — Ele ficou em silêncio um tempo, meio que sem entender o que ocorrera. Depois voltou a si.

— Ah, obrigado, nem sei como te agradecer, adoro tortas geladas. — Falou sorrindo.

— Tchau. — Digo e me viro imediatamente, eu estava com muita vergonha, sentia meu rosto queimando, me encolhi segurei as duas alças da minha mochila e acelerei o passo.

— Ele não é um fofo?! — Karen disse.

— Demais. Vocês tem tudo pra dar certo. — Apenas revirei os olhos.

— Acho que vocês tem que parar de fantasiar romances envolvendo a mim. — Por ironia do destino nesse momento, por não olhar para o caminho e por entrar em outro corredor, acabo esbarrando com alguém, ele era alto, quando olho para cima, não era ninguém mais ninguém menos do que Luke Griffin. Ele me segurou pelos braços e me lançou um olhar de susto. Ao sentir seu toque meus pelos se eriçam e meu coração acelera.

— Desculpa. — Ele falou e depois continuou seu caminho.

— Luke Griffin sabe pedir desculpas? — Meu amigo ruivo ironizou.

— Estou passada. — Não julgo pois também estava. Afinal eu havia acabado de ter meu corpo tocado pelo Luke, eu senti o seu cheiro, meu rosto se chocou contra seu peitoral, isso foi tão bom.

Durante a aula penso bastante nos dois, tanto em Luke quanto no Ash, fico pensando qual dos dois seria melhor. Eu nunca havia sido beijado e muito menos havia feito sexo, na verdade eu nem pensava muito sobre isso. A vida era tão complicada.

— Que se danem os dois, não vou correr atrás de ninguém. — Pensei decidido a agir assim. E mais uma vez por ironia só destino Ash começou a me seguir no instagram. Fiquei um pouco surpreso, meu coração acelerou novamente.

— Que dia maluco. —

— Harry Von Hoffman, você sabe muito bem que não pode usar telefone durante a aula, vai ficar na detenção. — Meu professor de física esbravejou após socar a mesa. Não sei o que eu odeio mais, a matéria ou o professor, pode ser que odeio o professor por conta da matéria, ou a matéria por conta do professor.

— Calvo maldito. — Resmunguei.

Depois da aula tive que avisar meu irmão sobre a detenção, ele não achou tão ruim já que poderia ficar mais tempo com a namorada grudenta dele.

Na detenção sentei-me em uma cadeira bem no fundo. A sala estava vazia, exceto pela presença do vice-diretor.

— Até você Harry? Você sempre foi um bom garoto. —

— Aquele professor é um chato. Além do mais... — Sou interrompido por duas pessoas que entram pela porta, uma delas é o zelador e a outra é o Luke Griffin que estava se contorcendo.

— Já pode me soltar. —

— O que foi dessa vez Sr. Griffin? —

— Ele socou um aluno. —

— Por que fez isso? —

— Não sei, foi um acidente, foi sem querer. " Ele falou e logo em seguida sentou-se também no fundo da sala bem ao meu lado.

— Onde está o garoto que ele socou? —

— Está na enfermaria. —

— Harry, Griffin, não saiam daí, ou chamarei seus pais aqui. — Eles saíram, fiquei ali sentado, ao seu lado, extremamente nervoso, até que ele rompe o silêncio.

— O que vocês fez pra ficar na detenção? — Questionou-me, era a primeira vez que ele puxava assunto comigo.

— Eu estava usando o celular durante a aula, aí o professor me colocou de detenção. —

— Que otário. — Ele deu um sorriso maldoso depois mexeu em seu cabelo.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

O garoto de saiaOnde histórias criam vida. Descubra agora