Capítulo X

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— O que foi? — Questionei aos meus amigos que me encaravam de uma forma esquisita enquanto comíamos no intervalo.

— Você está nos escondendo alguma coisa? — Theo falou e Karen concordou com a cabeça.

— Isso se chama neurose, não estou escondendo nada. —

— Então por que está tão nervoso e inquieto? —

— Estou com fome, tive que acordar cedo, por isso estou inquieto, entendeu Karen Marhews? —

— Sei não, isso não me convenceu, acho que você está aprontando alguma coisa, e algo me diz que essa coisa envolve um certo alguém de caráter duvidoso. —

— Cara se vocês já sabem o que eu estou aprontando não seria mais fácil falarem? Não é tão mais simples? —

— Bom, se soubéssemos certamente gostaríamos de saber se você esconderia algo. —

— Vocês querem mesmo é me enlouquecer. —

— Jamais. O fato é que está um pouco estranho, Karen e eu só estamos preocupados como seus amigos naturalmente estariam. —

— Agradeço a preocupação, mas não está acontecendo nada. — Bem, eu não queria ninguém se metendo nos meus assuntos, ainda mais com os últimos acontecimentos.

— Então tá. Você só tem que convencer o Ashton que não está acontecendo nada, pois ele está ainda mais inquieto do que você. — Karen às vezes parecia ter o QI de um detetive profissional, mas isso apenas em momentos oportunos, quando ela precisava ligar os pontos em uma fofoca, o que eu chamo de QI de fofoqueiro.

Olhei para o Ashton ele realmente estava esquisito, ele olhou rapidamente para mim e desviou o olhar. Talvez ainda estivesse com vergonha pelo que ocorreu mais cedo, mas não foi nada demais, bem talvez tenha sido sim pelas circunstâncias, mas nada que merecesse aquela cara de vergonha infinda.

— O que estão insinuando? —

— Nada, não insinuamos nada, apenas observamos. —

— Como se eu não conhecesse vocês, Theodore. —

— O fato é que... —

— Ai meu Deus, Karen olha aquilo, em posição 5 horas, não acredito no que estou vendo. — Ele interrompe seu interrogatório para debochar de um de seus desafetos mais antigos.

— Ai meu Deus, acho que alguém confundiu a escola com o Caribe. — Isso tudo apenas porque Robb Herman, um garoto de outra sala estava usando uma roupa que mais parecia uma roupa havaiana.

— Credo, faltou apenas aquele colar de flores. — Até eu entrei na conversa para ver se conseguia tirar a minha vida da cabeça deles.

— Amigo acho que ele precisa é de uma coroa de flores, pra se enterrar de vergonha, nossa. —

— Isso me faz lembrar de uma fofoca quentinha. — Karen falou animada, Theo e eu nos aproximamos dela, inclinando nossas cabeças a frente.

— Adivinha o que ele estava fazendo sábado passado atrás da arquibancada? — Como eu disse fofoqueira ao extremo.

— O que? — Ousei perguntar.

— Digamos que o Robb estava de joelhos e o Garry estava com a braguilha aberta. —

— O Garry Smith? Aquele amigo dele? —

— Não, Não, é muito mais cabeludo do que você imagina, era o Garry Matarazzo. —

— Não. — Ficamos passos afinal Garry Matarazzo era extremamente homofóbico com todo mundo, além de pagar de pegador, sem falar que ele namora uma das garotas mais nojentinhas da escola toda.

— Não acredito que a Elise é chifruda. — Theo falou debochado como sempre, com um sorriso enorme no rosto.

— Pois acredite. —

— Queria ter uma argola para jogar nela, com certeza não erraria uma. —

— Acho que quem saiu ganhando nisso tudo foi o Robb, agora ele não é tão desesperado como era. —

— Como assim desesperado? — Questiono.

— Amigo, ele dava em cima de todo mundo e sem falar que ele é muito emocionado. Ele é doidinho pelo Ash, então fica de olho. — Karen me alertou.

— Olha Harry, nem se preocupa, é óbvio que o Ash não vai trocar você pelo Herman. Mesma coisa que trocar o Henry Cavill pelo Adam Sandler. —

— Até que eu tinha um crush no Sandler quando eu era adolescente. — Karen fala e olhamos quase incrédulos.

...

— Oi Harry. — Ash diz ao sentar-se ao meu lado no ponto de ônibus.

— Oi Ashton. Tudo bem? —

— Eu queria te pedir desculpas pelo que houve mais cedo, estou muito envergonhado. —

— Ashton, não precisa se desculpar, não foi nada demais. —

— Desculpa mesmo. — Ele parecia estar mesmo decepcionado consigo mesmo, sua mão repousava sobre a sua coxa, então coloquei minha mão sobre ela. Senti o seu calor e a maciez de sua pele.

— Está tudo bem. — Ele olha para nossas mãos e seu rosto começa a corar, de repente ele se levanta e vai andando para a lateral da escola apressado.

— Ashton, o que foi? —

— Desculpa eu tenho que ir. — Ele foi andando estranho. Olhei no relógio certamente demoraria um pouco para o meu irmão chegar então fui atrás dele.

Fui para a lateral da escola, um lugar bem oculto pela fileira de pinheiros, que naquele horário estava completamente vazio. Ele estava sentado na calçada com a mão na cabeça e a mochila no colo.

— Ashton o que aconteceu? — Perguntei um pouco preocupado.

— Harry?! Nada demais. — Ele falou envergonhado. Caminhei até mais próximo dele fiquei bem a sua frente. Ele estava de cabeça baixa desviando o olhar.

— Por favor me fala. Está se sentido bem? —

— Estou sim, só acho que estou com um pouco de calor. — Realmente parecia que ele estava com calor afinal estava bem avermelhado. Passei a mão em seu rosto para sentir a sua temperatura seu corpo estremeceu.

— Você está quente — Ele me olhou assustado como se estivesse com medo foi aí que lhe dei outro abraço para acalentá-lo. — Vai ficar tudo bem. —

— Desculpa Harry. — Ele se levantou me segurou os meus dois braços e me olhou com uma expressão estranha.

— Pelo o que garoto? —

— Por isso. — Sem anunciar ele aproximou o seu rosto do meu, selou nossos lábios e me beijou. Fiquei extremamente assustado e em desespero. Tanto que não tive outra reação a não ser lhe dar um tapa bem forte, que deixou a sua face marcada com minha mão. Ele me soltou e eu fiquei desesperado pelo que tinha feito.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO



O garoto de saiaOnde histórias criam vida. Descubra agora