Capítulo XLIV

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Sentir a doçura de seus lábios novamente foi como ganhar um campeonato nacional de futebol, sei que exagero um pouco nos superlativos, mas é o Harry Hoffman. Depois de uns minutos nos beijando, fomos interrompidos pela chegada de seu pai e de seu irmão, achamos melhor ficar um pouco distantes, afinal não queríamos nos expor assim tão previamente. Harry espiou pela janela para confirmar se era seu pai mesmo, aproveitei para admirar sua perfeição.

Harry sentou em sua poltrona e ficou rodopiando aleatoriamente, percebo que sua expressão estava mais serena, mais alegre. Um sorrisinho de canto era direcionado a mim. Era difícil não ficar todo bobão com ele me encarando daquele jeito.

(Harry)

— Harry, você não sabe... — Troy entra no meu quarto repentinamente sem bater quando vê o Ashton sentado na cama ele interrompe seu discurso — Oi Ash, você veio mesmo?! Pensei que iria recusar fazer companhia ao chato do meu irmão. —

— Obrigado, gêmeo do mal. — Debochei de seu humor duvidoso.

— Bom te ver também Troy. —

— Então, o que estavam fazendo? — Ele fez uma tremenda expressão de idiota com um sorriso odioso em seu rosto, como se insinuasse que fazíamos algo mais íntimo.

— Estávamos tentando montar esse quebra-cabeça, mas está bem difícil encaixar as peças. — Adverti meu irmão para que não fizesse nenhuma piada suja relacionada a isso, vejo seus lábios cerrados quase que com dificuldade para controlar sua língua.

— Imagino que esteja difícil de encaixar as peças. —

— Pai! O Troy está me enchendo o saco de novo! —

— Troyan! Deixa de incomodar o seu irmão — Ele apareceu na porta cruzando os braços, Troy sorriu sem graça — Olá Ashton, desculpa o incômodo do meu filho. — Ashton respondeu dando um pequeno aceno, meu pai fechou a porta, nos olhamos meio que debochando do que ocorreu.

Voltamos a montar o quebra cabeças e a conversar durante o processo, era tão bom conversar com o Ashton, eu sentia que podia falar sobre qualquer assunto e nunca ficaríamos em silêncio por falta de tema de conversa.

— Há alguma coisa que você não sabe fazer? —

— Muitas, eu não sou perfeito. —

— Você é o Sr. Perfeitinho, você é perfeito sim. —

— Bem, eu queria saber fazer crochê, ou saber me vestir melhor. —

— Que é isso, você se veste muito bem. —

— Você acha? —

— Acho legal como usa roupas quentes, elas combinam tanto com seu tom de pele e com seu cabelo, às vezes você passa a impressão de que é uma pessoa quente, acho que não sei explicar direito, espero que isso não tenha ficado com um duplo sentido infeliz. —

— Entendi o que quis dizer. —

— E se quer uma dica, não mude nada em você por achar que não é especial, você é estupidamente especial. —

— Estupidamente especial? —

— Não sou muito bom em me comunicar. —

— Não importa se é bom ou ruim, eu consigo te entender. — Ele estendeu seu dedo mindinho e agarrou o meu, entrelaçando ambos, achei aquilo tão fofo, o seu singelo toque, as demonstrações de afeto em escala mínima e máxima eram incríveis.

— Não entendo como não ficamos amigos antes, nos conhecemos a tanto tempo. —

— Pior que é verdade, você com a Karen e o Theo, eu com meus amigos. —

O garoto de saiaOnde histórias criam vida. Descubra agora