Capítulo XXXIV

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Depois da nossa primeira vez, Luke e eu tomamos um banho juntos, era incrível como eu já não tinha mais vergonha de ficar sem roupa em sua frente e mais incrível que isso era a forma como ele me abraçava, ele fazia um carinho em minha cabeça enquanto a água nos banhava.

— Você está bem mesmo? — Questionou-me.

— Estou sim, amor. — Depois do banho ficamos ainda um tempinho conversando, estávamos completando duas semanas de namoro, ele disse que todo dia a vontade de me ver o consumia por dentro.

Luke era um pouco frio às vezes e apático, mas quando estávamos juntos isso tudo mudava e ele era um amor de pessoa.

— Amor, como vão as coisas na sua casa? — Perguntei, sabia que esse era um ponto delicado para ele, mas eu queria que ele desabafasse comigo, até para eu saber mais sobre sua vida e tudo o que ele passa com sua família.

— Bem, estão complicadas como sempre foram. — Pude ver a tristeza por detrás de um sorriso nada sincero.

— Como assim complicadas? —

— Bem, minha mãe é muito controladora, ela tenta controlar minha vida em cada detalhe por mais que mínimo, meu pai é super ausente e infiel, ambos tem uma relação extremamente tóxica e não tem nenhum pouco de respeito com meus irmãos mais novos nem comigo. — Segurei em sua mão, para lhe dar forças e para deixar bem claro que eu estava ali, como seu namorado e como seu amigo.

— Isso deve ter afetado bastante a sua vida, não é? —

— Quando eu era menor eu me importava mais, eu era tolo e ainda tentava ser um bom filho ou ter uma boa relação com eles, mas eles nunca quiseram, para falar a verdade minha mãe só se casou com meu pai porque engravidou de mim, ás vezes acho que foi de propósito, não sei como uma forma de o prender a ela não sei, mas só sei que ela nunca foi uma mãe boa e nem tentou, pelo menos comigo, já que com meus irmãos mais novos isso é bem diferente. —

— Sinto muito amor, queria poder te ajudar com isso. —

— Estar com você já é a melhor coisa do mundo, meu amor. — Nossa noite foi maravilhosa, cheia de pequenos momentos de carinho e de paixão, mas infelizmente chegou o momento que ele precisava ir embora fui me despedir dele na porta meu coração estava tão apertado por vê-lo ir embora.

— Luke, eu te amo muito, tá? —

— Eu também, meu gatinho. — Ele se foi, mas não sem antes receber um longo beijo, quando fiquei sozinho senti que um pedaço de mim havia sido arrancado a faca. Transar com ele havia sido a melhor experiencia de minha vida, me senti tão seguro, me senti tão desejado.

Fui para o meu quarto, onde me deitei minha cama ainda tinha o seu cheiro, aquele cheiro que me tirava do sério tão facilmente, daquela forma, relembrando cada segundo do que havia ocorrido, acabei adormecendo tão serenamente e foi um sono tão bom que só acordei no dia seguinte.

...

— Você veio mesmo de saia. — Theo disse surpreso ao me ver, bem havíamos tido uma conversa bem longa ontem, na qual eu disse a eles que eu usaria o que eu bem quisesse. Eles me falara que foi a mãe do Luke quem deu a ideia dessa regra estúpida. Se antes eu tinha ressalvas contra essa mulher agora eu tenho é desprezo.

Os olhares dos outros alunos eram iguais ao do dia que me viram de saias pela primeira vez, como se aquilo fosse a coisa mais horrenda do mundo, como se eu fosse um monstro e não apenas um garoto de saias. Junto aos meus amigos e ao meu irmão entrei naquele inferno chamado de escola, nos dirigíamos ao refeitório. Muita gente me olhava feio, eu não estranharia afinal eles eram feios.

Pensei que esse "incomodo" se restringiria ao pensamento e a cochichos deles, até que uma sem noção que não sei nem o nome veio tirar satisfação comigo:

— Deve estar muito satisfeito, conseguiu o que queria. — Ao ouvir aquilo apenas continuo a mastigar meu sanduiche e olho bem fundo nos seus olhos como se perguntasse a ela do que estava falando.

— Consegui o quê? —

— Ferrar com todo mundo, por sua causa agora todo mundo vai ter que usar uniformes, e o melhor de tudo é que você nem se importa e continua desobedecendo as regras da escola. —

— E eu por acaso pareço com o diretor pra você reclamar comigo de uma regra da escola? — Questiono já não aguentado aquele desaforo, Karen já estava a ponto de explodir, mas ela permaneceu em silencio para deixar que eu lidasse com aquela desaforada.

— Ah você vai me ouvir, quem você pensa que é? —

— E quem você pensa que é para me dirigir a palavra? Eu nem sei quem você é garota, faça-me o favor de eu continuar desconhecendo você, quer reclamar com alguém reclama com seus pais eles devem ter votado a favor, ou melhor reclama com a Sra. Griffin ou com a Sra. Herman. —

— Você só quer chamar atenção para si mesmo, só gosta de exibir-se como se fosse alguém. Você é patético. —

— Ainda bem que é você que está falando isso, já imaginou se fosse alguém minimamente importante ou pelo menos que fosse alguém, eu me importaria caso fosse, mas sendo você não me importo, exceto por ter que ouvir a sua voz irritante. —

— Não sou apenas eu que acho isso, toda a escola acha isso, se quer que seja assim, assim será o diretor vai amar saber que você desobedeceu a regra. Dando-nos o desprazer de ver um atentado ao pudor como esse. — Ela estava gritando, quando dei por mim eu já estava de pé a encarando já sem paciência.

— Eu vou mostrar a você o que é um atentado ao pudor. — Também gritei e foi então que fiz uma das maiores burradas da minha vida, subi na mesa me virei de costas para ela e...

(Ashton)

As tensões estavam escalando entre o Harry e aquela garota, eles discutiam para toda escola ver, muito que desnecessariamente, afinal o Harry não tinha culpa pela regra idiota votada ontem a noite.

— Nossa, isso não está me cheirando bem, Ash. — Lizzie, minha melhor amiga falou e segurou meu braço ao ver que o Harry havia subido em cima da mesa, não sei como as coisas chegaram aquele ponto, mas quando percebi Harry havia levantado a sua saia e abaixado um pouco a sua cueca mostrando para todo mundo um pedaço de sua bunda. Meus amigos começaram a rir perplexo como o que viam, eu sentia minhas bochechas queimarem, não demorou muito e senti um "incomodo" lá embaixo, eu fiquei ereto.

— Nossa Ash, pisca amigo. — Lizzie disse fazendo humor.

— Para de babar. — Tom, meu outro melhor amigo também brincou.

— Redondinha hein. — Alguém gritou e uma briga começou do nada. Quando percebi todo mundo gritava em uma confusão ainda maior do que no dia da confusão do assédio da Karen.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

O garoto de saiaOnde histórias criam vida. Descubra agora