Capítulo XLVII

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(Harry)

Quando meu pai apareceu na detenção eu sabia que estava ferrado, mas eu não iria negar nada, foi a melhor coisa que já fiz em minha vida inteira, o Robb Herman estava merecendo aqueles tapas já fazia tempo.

— O que foi agora, Harry? —

— Ele brigou com um garoto, na verdade o agrediu no meio do refeitório. — O diretor explicou.

— Sim, fiz isso, ele inclusive espalhou fotos minhas entre os alunos da escola, caso o senhor não saiba, ele pode me mover um processo por agressão, mas não vou deixar barato, vou exigir outro por me expor assim. —

— Santo Deus. — Meu pai colocou a mão na testa como se estivesse perdendo a paciência.

— Olha Sr. Lanes, isso não se repetirá, eu prometo. —

— Sr. Hoffman, no fundo eu compreendo toda essa situação, mesmo que recorrer a violência não seja a melhor solução, não é Harry?! —

Eles dois conversaram por um bom tempo, até que enfim o diretor me suspendeu por três dias. Me despedi da Karen e do Theo, eles voltaram para a sala de aula, mas não sem antes prometer que me fariam uma visita mais tarde.

Ao passar pela enfermaria vejo o Robb acabando de sair de lá com um coordenador ao seu lado segurando em seu ombro, ao me ver ele se estremece todo com medo e desvia o olhar. Sorri, sentindo uma profunda satisfação, mas isso se desfez quando olhei para dentro da enfermaria e vi a enfermeira limpando uns hematomas no rosto do Ashton. Acabei parando e olhei para dentro da sala.

— Por que parou? — Meu pai questionou e percebeu quem estava lá dentro. Ashton devolveu o olhar e em seguida desviou, a enfermeira veio logo em seguida e fechou as persianas.

— O que aconteceu? —

— Não sei, não faço a mínima ideia. — Fiquei um pouco confuso, mas logo depois percebi que aquilo havia sido o Luke, ele prometeu que se vingaria. Senti uma raiva me consumir por dentro, afinal Luke havia machucado o Ashton, mesmo ele não tendo qualquer culpa no que houve.

(Ashton)

Ele estava ali parado, me encarando com seu pai ao seu lado, eu estava destruído por dentro e por fora, eu não queria que me visse assim de maneira alguma, então pedi a enfermeria para fechar as persianas. Mesmo com o ardor que eu sentia, ou ainda a dor latejante em meu rosto, nada disso conseguia fazer com que eu parasse de pensar em ontem, e muito menos suavizar a dor.

— Ashton! — Meu pai aparece na enfermaria. Ao me ver ele fica em choque, imagino que eu não estava nem um pouco bem.

— O que foi isso? —

— Esse valentão aqui andou brigando. Pode ficar tranquilo ele vai ficar bem, apenas com um olho roxo, mas vai ficar bem. —

— Quem foi que fez isso com você? —

— Foi o Griffin, quem mais poderia ser?! Ele quis me intimidar e não deixei barato. —

— Sr. Moretti, podemos conversar em minha sala? A Sra. Griffin nos aguarda. —

— Por favor, eu quero falar com a mãe desse louco, desse pequeno marginal — Ele parecia bem bravo, eu preferia que a nonna tivesse vindo, ela é bem mais racional — Me espera aqui, filho, daqui a pouco volto pra ver como você está. — Acho que a única parte boa disso tudo foi ter visto o Robb Hermann apanhar, ele bem que mereceu, ficou tão assutado com a surra que pegou que precisou ficar no soro. Patético.

O garoto de saiaOnde histórias criam vida. Descubra agora