Capítulo XVII

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O tempo passou tão depressa, quando percebi meu irmão apareceu na minha frente, já me chamando para irmos para casa, eu não queria ir, ficar com o Ashton estava sendo tão maravilhoso, ele era maravilhoso, mas era quase meia-noite. Então me despedi dele com um abraço, mesmo estando ao lado do chato do meu irmão que iria me irritar pelo resto da vida por ter feito isso.

Caminhei um pouco olhei para trás ele olhava para mim ainda, sorri de canto e ele me retribui. Depois disso saímos do shopping entramos no carro e fomos primeiro deixar a Sophia em casa. Eles dois iam na frente, quando o Troy estava com ela nem lembrava da minha existência o que era bom já que não me perturbava.

— Tchau Harry. — Ela se despediu e caminhou em direção a sua casa. Depois disso Troy enfim rompeu o silêncio.

— Como foi a sua noite com o Ashton? —

— Foi legal. —

— E vocês fizeram o que? —

— Fomos em um karaokê, depois ficamos em um banquinho, tomamos sorvete e nada demais. —

— A Sophia me falou que vocês dois são muito fofos juntos. Acho que falta de apoio vocês não tem. —

— Eu só estou conhecendo-o Troy, não estou buscando por um namorado, ou por um marido, ele é só um garoto que é legal e que estou gostando de ficar. — Digo pacientemente.

— Eu sei maninho, mas isso não muda o fato de vocês dois combinarem muito. — Sorri e permaneci em silêncio, peguei o pinguim que eu havia ganhado do Ashton o cheirei, nele havia pequenos fragmentos de seu perfume, encostei minha cabeça na janela e fiquei olhando para a cidade, pensando nas coisas que ele me disse, no que fizemos. A presença dele é algo tão agradável que não havia momento ruim, era difícil até ficar com raiva daquele garoto.

Quando chegamos em casa dei boa noite para o meu irmão, fui direto para o chuveiro tirar toda aquela sujeira mistura com suor, depois de um bom e demorado banho me sequei vesti meu pijama, que consistia em uma camisa bem folgada e um short igualmente frouxo de algodão.

Ashton enviou algumas mensagens falando que a noite havia sido maravilhosa e que estava ansioso para a próxima, fiquei tão bobo lendo aquela mensagem que rodopiei pelo quarto. Respondi que fiquei com o coração um pouco partido em ter que ir para casa e que a noite além de ótima havia passado tão depressa. Conversamos um pouco, mas ele se despediu pois tinha que ir cedo no dia seguinte com sua família passar o domingo com a família no interior.

Eu já estava com um pouco de sono, coloquei meu celular na mesinha ao lado da cama, desliguei as luzes e fui dormir, até que um barulho me assusta um pouco, algo havia se chocado contra o vidro da janela, no primeiro momento ignorei, mas quando isso tornou a se repetir prestei atenção, até que novamente aconteceu, caminhei até a janela bem devagar, por entre a persiana coloco meus dedos e vejo então alguém jogando umas pedrinhas na minha janela. Olhando mais atentamente vejo que é o Luke. Levanto a persiana no momento em que ele arremessaria outra pedrinha, ele para acena para mim ao me ver e depois me chama com a mão, faz sinal que queria falar comigo, peço para ele esperar.

Calço um chinelo bem rápido, enquanto isso tento entender o que ele queria comigo naquele horário, não consegui nem pensar direito, desci as escadas bem devagar para não fazer barulho pois meu pai e meu irmão estavam dormindo. Abri a porta da frente e deixei entreaberta, quando cruzo a porta sinto o frio tocar minha pele, cruzo os braços na tentativa de não perder calor. Caminho em sua direção, ele estava vestindo uma jaqueta.

— Está tudo bem? O que você quer me falar tão tarde da noite. —

— Está sim, é que eu preciso falar com você. — Ele se aproximou um pouco, senti o cheiro de bebida alcoólica.

— Você está bêbado? —

— Eu não estou bêbado, um otário deixou cair bebida em mim. —

— O que você quer falar? Já é tarde, meu pai pode acordar a qualquer momento. —

— Na verdade eu queria te perguntar uma coisa. — Sua voz parecia estar carregada de aflição, como se alguma coisa estivesse o afligindo. Eu não sabia quase nada sobre ele, exceto que ele era um otário com todo mundo.

— O quê? —

— Você gosta do Ashton Blake, não gosta? — Ele não tinha em seu rosto aquele mesmo sorriso, apenas uma expressão aflita.

— Eu estou conhecendo-o, é muito cedo para dizer se gosto ou não. —

— Você não pode ficar com ele, ele é um idiota. —

— Não, você é um idiota, você é um pé-no-saco na vida de todo mundo, ele é maravilhoso. —

— Ele só quer te usar garoto, ele só quer brincar com você e te largar depois como se não fosse nada. —

— O que você quer Luke? Me diz de verdade, porque você vem aqui nesse horário, me tira da cama para conversar só para depois falar mal do Ash, eu não estou entendendo nada? —

— Ash? Já estão tão íntimos assim? —

— Qual é o seu problema com ele? Ele é um amor de pessoa com todo mundo, diferente de você, se você tem alguma razão para ter tanta raiva dele assim me fala. —

— Você não entenderia, mas o que eu posso te dizer é que você não pode ficar com ele. —

— Mas por que não? —

— Porque! —

— Porque o quê, Luke? Você só está criando rodeios em vez de falar. —

— Eu nem sei como te dizer isso. —

— Olha, eu vou entrar, não vou ficar aqui perdendo o meu tempo. — Digo e dou meia volta já pronto para ir para dentro de casa, mas ele me impede segurando o meu braço.

— Me solta Luke, eu vou chamar meu pai e o meu irmão. — O ameacei, não sabia qual era suas intenções e na real eu não estava nem um pouco disposto a conhecer.

— Harry, só me escuta, você não pode ficar com o Ashton. —

— Você é maluco, me solta. —

— Não fica com ele Harry, fica comigo, comigo. — Olhei bem fundo nos seus olhos e de repente tudo pareceu fazer sentido, a sua aflição, o seu desespero em vir falar comigo nesse horário, essa aversão ao fato de eu estar ficando com o Ashton.

— O quê? — Questionei ainda um pouco tonto devido ao impacto de suas palavras. Ele me puxou para mais perto dele e me envolveu em seu abraço, em seguida ele começou a fazer carinho no meu cabelo, fiquei parado olhando direto em seus belos olhos. Foi então que ele me surpreendeu com um beijo, que começou suave como o de Ashton, só que depois de uns poucos segundo se intensificou a um nível incompreensível.

Confesso que em meu interior senti um turbilhão de sentimentos, um pouco de medo, ansiedade, raiva, alegria e até prazer. Ter meu corpo envolvido pelo seu não ajudava muito a me aceitar o que eu estava fazendo. Ele realmente não havia bebido, não muito.

Ele estava me beijando, eu estava sendo beijado pelo Luke Griffin, o garoto mais odiado da escola, depois de na mesma noite ter sido beijado pelo docinho do Ashton. Que noite maluca.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

O garoto de saiaOnde histórias criam vida. Descubra agora