Dália Linons é uma jogadora de vôlei, na verdade, é uma das melhores, e ela é capaz de levar seu time para a vitória, só para no fim da noite receber a notícia que está sendo traída por seu namorado de dois anos, que na cabeça da moça, pensava que i...
"O casal mais falado do último mês, faz, novamente, uma aparição. Dessa vez, the Queen of Hearts aparece, caracterizada dos pés a cabeça, com as cores do American Scorpios, e o Heartbreak Prince dedica, em todas as entrevistas dadas após o jogo, a excruciante vitória para sua namorada. Cenas gravadas durante o jogo podem ser vistas com Dália aos gritos por cada ponto, integrantes das famílias de outros jogadores, dizem que no fim, a primeira coisa que os pombinhos fizeram foi se abraçar."
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- Você tem certeza que isso não é demais, Carol? - Pergunto me encarando no espelho. As cores do "American Scorpios" são vermelha, branca e uma estrela preta, por isso, minha cara prima achou uma ideia incrível pintar cada lado do meu rosto com uma das cores e colar vários adesivos de estrelas pretas na minha face.
Além disso, uso o blusa-maior do que planejada- que Aaron me emprestou com seu número na parte de trás e meu cabelo, dividido entre dois rabos de cavalo, se esconde com um boné do time, minha mão está obstruída pelo gigante dedo de espuma amarelo, onde se vê o algarismo #1.
A única coisa que realmente pertence e combina comigo no corpo são os jeans velhos por baixo da camisa e os tênis, mais ou menos, brancos e desgastados. Porém, quando me vejo no espelho, a pequena pedra rosa brilha para mim, deitada na curva do meu pescoço.
"Minha primeira e única namorada."
Primeira e única!
- Tenho certeza, você vai chegar lá e todo mundo vai estar assim, ou até pior.- Carol fala colocando as mãos em meus ombros.
- Sério? - Pergunto, a dúvida de estar sendo exagerada cai em meus ombros. Ele é só um namorado falso de qualquer modo.
- Você está linda de qualquer modo. - Ela responde me abraçando, conforto geralmente não é o ponto forte dela, se eu tivesse que descrever, seria algo mais como a delicadeza que um brasileiro têm quando qualquer estrangeiro crítica o país, ou como os franceses se recusam a aceitar que nem todo mundo fala francês.
O que eu quero dizer é que ela não é nada delicada.
- Carol, você está bem? - Perco a minha visão no espelho e viro para a olhar, desde que chegou, parece ter ficado mais loira e menos bronzeada, se eu a visse de longe, nem desconfiaria que não é de Manhattan. Porém, a garota só desvia os olhos dos meus e morde a parte interior de suas bochechas. - Talvez, tenha algo a ver com aquele chefe?
Caso tivesse que chutar, diria que estou certa pela face que delata eu ter lido seus pensamentos, afinal, o que diabos está acontecendo na vida dela? Parece que eu sabia mais quando morávamos em países diferentes, e agora, embaixo do mesmo teto, somos próximas e estranhas.
- Ele é uma pessoa muito confiante...- Ela diz murmurando algo no fim que não compreendo.
- O que?
- Disse que ele é uma pessoa muito confiante n...- Mais uma vez não entendo.
- Pode repetir?
- Ele é uma pessoa muito confiante no trabalho! - Ela termina gritando e me afasto um pouco pelo bem de meus tímpanos, como eu disse, nada delicada. Meio como um pavio queimando.
