CAPÍTULO 2- A ESTRELA DO VÔLEI FEMININO FINALMENTE SE APAGOU?

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"Dália Linons, a ganhadora de uma olimpíada e de um chifre no mesmo dia! Seis meses depois da descoberta da traição do seu famoso namorado, Tobey Jones, agora jogando como running back para o White Lions, a prodígio continua se abstendo de aparições públicas tendo em vista o fiasco e envolvimento da polícia e mídia no fatídico dia. Comparecendo apenas aos treinos para jogos, familiares dizem que ela continua se recuperando da torção do pulso e se mantém saudável mentalmente e fisicamente em casa."

Besteira

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Besteira.

É isso que penso enquanto amasso e jogo o jornal, e consequentemente a coluna de Liam Miller no lixo, é isso que todos os jornalistas merecem. Apesar da história já ter esfriado e não der mais ibope como antes, esse cara não desiste de me atormentar e sempre lembrar daquele dia. E incidente.

Imaginem minha reação ao ver a porta da casa do meu namorado, da minha casa, da nossa casa em conjunto, ser aberta por outra mulher, e não uma velhinha bonitinha, ou sua irmã, mãe ou parente. E sim por uma super modelo, Rebecca Ulvis, com uma cabeleira vermelha e rebelde bagunçada, o corpo esculpido e uma camisa G branca com a estampa dos Simpsons, como a mesma que eu havia dado a Tobey para nosso aniversário de um ano. Claro, minha primeira ação foi criar desculpas ou até mesmo teorias na minha mente para explicar o motivo daquela visão sem conexão com um chifre do tamanho de uma baleia na minha cabeça, infelizmente, após averiguar que ela não usava nada debaixo da blusa, e as marcas vermelhas no rosto, eu determinei impossível outros tipos de explicação.

Sabe qual é o pior? Ela nem me reconheceu. Não fazia nem ideia, nenhuminha, de que aquela era minha casa, minha cama, minhas roupas, meu namorado. A mulher apenas deixou a cabeça cair me olhando de cima para baixo e murmurando algo sobre 'eu não ser o entregador de pizza' e me instruindo a checar o número do apartamento pois eu havia errado a porta.

Apenas a encarei antes de ser deixada no corredor sozinha com uma porta fechada em minha frente, e então respirei fundo, uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove vezes. E antes de chegar a décima percebi que aquela técnica não afastaria minha raiva e ansiedade, não dessa vez.

Logo, comecei a esmurrar a porta sem me importar com o barulho sendo feito ou qualquer coisa desse tipo, e rapidamente a mulher voltou abrindo a porta.

- Desculpe, posso te ajudar de alguma forma? - Ela perguntou claramente irritada com uma voz doce disfarçada. Lembro claramente das minhas próximas palavras.

- Você nem sabe, não é? - O tom sarcástico despencou dos meus lábios. - É meu namorado quem você está fudendo aí dentro.

De alguma forma, os olhos arregalados e o rubor instalado nas bochechas dela fizeram uma chama se acender no meu peito, algo como satisfação. Obviamente eu não diria que é um sentimento para se sentir orgulhoso, mas nesse caso, só nesse caso, eu me abstive de admitir isso, e quis ver mais daquele olhar, envergonhado e culpado.

Falso Contrato de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora