Estava prestando atenção na aula quando, sem querer, meu olhar se desviou para fora da janela. Foi então que vi uma das alunas, muito mais próxima de Dante do que deveria. Um calafrio de ciúmes me percorreu, e meu sangue ferveu de imediato. Ela estava tão perto dele que parecia querer invadir seu espaço, mas o que mais me irritou foi o olhar de desgosto de Dante. Ele parecia se afastar, claramente desconfortável com a situação, mas isso não era suficiente para acalmar o turbilhão de emoções que começava a se formar dentro de mim.Por que essa mulher tinha que chegar tão perto do meu homem? Será que ela não viu a aliança que ele usa no dedo? Eu sabia que ninguém da universidade sabia sobre nós, mas os rumores estavam começando a se espalhar. Todos queriam saber quem era a tal “namorada misteriosa” de Dante, a mulher que conquistou o coração do homem tão cobiçado. A aliança dele estava sendo um verdadeiro convite para especulações. E ali estava aquela aluna, agindo como se nada soubesse sobre os olhares curiosos que vinham dela e dos outros ao redor.
Eu sabia que Dante jamais faria algo que comprometesse o que tínhamos, mas essa mulher parecia querer ignorar todos os sinais. Eu sentia um aperto no peito, como se ela estivesse jogando um jogo que não tinha espaço para mim. O jeito como ela se aproximou dele e a confiança com que conversava só alimentavam ainda mais os meus pensamentos, e o ciúmes não parava de crescer.
Respirei fundo, tentando me acalmar, mas o incômodo só aumentava. Não era só a proximidade dela que me incomodava, mas o fato de que todos na universidade estavam começando a se perguntar quem era essa mulher. A cada dia, a pressão parecia crescer. Eu não sabia até onde ele conseguiria lidar com tanta curiosidade, e o pensamento de que alguém poderia tentar se aproximar dele de forma mais ousada me fazia perder o controle.
Olhei para Dante novamente, agora interagindo com ela, e a insegurança apertou meu peito. Como ele lidaria com os olhos curiosos da universidade? E mais importante, como eu iria lidar com tudo isso?
A tensão aumentava à medida que eu observava Dante se distanciar da aluna, mas algo ainda me incomodava. Ela estava se afastando, mas por que parecia que ainda tentava chamar sua atenção? O olhar dela era fixo nele, uma mistura de curiosidade e... algo mais, talvez interesse. Algo que me fazia sentir a necessidade de tomar uma atitude.
Dante, ao contrário de mim, parecia calmo. Ele olhou rapidamente para a sala, talvez sentindo a minha presença ou, quem sabe, já sabendo exatamente o que isso causava em mim. Quando nossos olhares se cruzaram, ele me enviou um pequeno sorriso, como se quisesse garantir que tudo estava sob controle. Mas, por dentro, eu estava lutando para manter a calma.
A aula prosseguia, mas a minha cabeça estava em outro lugar. Eu tentava não pensar na conversa que a aluna estava tendo com ele, nas palavras trocadas, no espaço que ela ocupava ao lado dele. Sabia que não podia agir impulsivamente, mas também não conseguia afastar a sensação de desconforto. E, pior ainda, ninguém da faculdade sabia sobre nós. Não sabiam que Dante era meu. Aquele segredo... parecia que nos deixava vulneráveis.
A especulação estava no ar. As pessoas estavam começando a reparar na aliança, na maneira como Dante se comportava ao meu redor, no jeito como ele me olhava. As perguntas já começaram a surgir nos corredores, com comentários soltos e insinuações disfarçadas de curiosidade.
— Quem será a mulher misteriosa? — Ouvi uma voz ao fundo, de um grupo de estudantes, enquanto caminhavam para a saída da sala. Não era possível ouvir os detalhes da conversa, mas as palavras ficaram na minha cabeça. Eles estavam cada vez mais ansiosos para descobrir quem era aquela pessoa especial na vida de Dante. E eu, por um momento, me senti cada vez mais isolada, como se estivéssemos sendo observados de todos os lados.
Quando a aula finalmente terminou, Dante me chamou para irmos embora juntos. O alívio foi imediato, mas a dúvida ainda pairava sobre mim.
Enquanto caminhávamos para o estacionamento, a tensão ainda se estendia sobre mim como uma nuvem pesada. A imagem de Dante conversando com aquela aluna não saía da minha cabeça, e o ciúmes que eu sentia era quase palpável. Aquele sentimento me queimava por dentro, tornando cada passo mais difícil. Olhei para Dante, tentando não transparecer o que estava me consumindo, mas ele, como sempre, parecia perceber tudo.
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O Fruto Proibido
RomanceScarlatte vive uma vida dupla entre os corredores de uma prestigiada faculdade de Direito e seu estágio em um renomado escritório de advocacia. Inteligente e determinada, ela sonha com uma carreira de sucesso, mas seus planos começam a desmoronar qu...