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《2》ꇙ𝑒𝓇𝑒𝓃𝒹𝒾𝓅𝒾𝓉𝓎 ᭂ 𝒞𝒶𝓅𝒾́𝓉𝓊𝓁𝑜 2

Jeon Jungkook amava doces!

Sempre adorou o dia dos namorados e adorava ir a eventos como esses em que eram lotados de barracas de doces. Amava tudo nessa época, principalmente os chocolates que ganhava das garotas, mesmo que nunca aceitasse os sentimentos de nenhuma. Sabia que nunca se sentiria atraído por nenhuma delas e por isso não via sentido em ficar com alguma, já que preferia ser sempre sincero. Principalmente em relação aos seus sentimentos. E, sendo sincero, a única coisa pela qual Jungkook já fora apaixonado em sua vida inteira foi pelo pote de açúcar. Ainda estava apaixonado. Pretendia pedi-lo em casamento um dia.

Também podia dizer que tinha um fraco por poemas, mas era uma coisa que nunca contara a ninguém e nem demonstrava gostar. Seus pais sempre disseram que um bom exemplo de homem não podia gostar dessas coisas, e ele sabia que isso era besteira mas ainda assim não conseguia contraria-los. Mas em seu celular sempre baixava livros de poemas, chegava até a se arriscar a escrever em alguns momentos. Estava escrevendo um no momento.

Achara a experiência que tivera a alguns minutos absurda, tipo, quais as chances? A história daquele senhor era tão linda e emocionante, a ponto de quase o fazer chorar. Tanto que apenas não pôde não aceitar aqueles sentimentos. Sentiu inveja, admitia. Era um amor que queria para si, nem que fosse só um pouquinho. E mesmo que não conhecesse o cara ao lado, achou justo compartilhar com ele, já que também fora oferecido para ele.
Mas aparentemente não estava certo fazer isso. O outro ficara tão irritado e Jeon não conseguiu entender o porquê. Chegou a falar besteiras no momento, disso se arrependia, mas não se arrependia de ter aceitado os sentimentos que aquele senhor oferecia.

De qualquer modo, tudo isso o deixou inspirado. Tinha tantas coisas em sua mente que mal sabia por onde começar. Andava despreocupado por aquele lugar, seus olhos vidrados em seu celular e no poema que escrevia com o sentimento de paixão que ganhou. Se perdia de um modo que sequer sabia como ia parar nos lugares. Exemplo, foi realmente apenas um acaso ele parar exatamente naquele banco entre tantos outros neste lugar? Exatamente ao lado daquele cara que vestia exatamente as mesma roupas que ele exatamente nesse dia específico. Jungkook não acreditava em acasos, achava que nada acontecia por coincidência. Talvez tivesse sido providência do universo, eles apenas tinham que estar ali naquele momento.

Alegrou-se com esse sentimento, era apaixonado pela sensação de inspiração, essa dopamina era o que o mantinha vivo. Poderia viver apenas dela e seria feliz pelo resto de sua curta mas deslumbrante vida. Dela e de doces. Aliás, fazia um tempo que não sentia açúcar em seu sangue, desde o momento que fez a besteira de jogar seu sorvete fora. Que pecado! Desperdício de doces deveria ser um crime, estava convicto que era um criminoso agora.
Olhou ao redor, precisava se redimir. Ficou feliz quando avistou um moço com um carrinho de sorvete ali próximo, e havia apenas um casal na fila, o que era melhor ainda. Jungkook odiava filas, a última vez que teve que enfrentar uma fila tão grande foi quando estava tendo promoção de churros em um festival em sua faculdade, "compre um leve dois!". Valeu a pena? Valeu. Mas ainda assim odiou toda a espera naquela fila enorme. Odiava perder tempo.

E aparentemente, mesmo sendo apenas um casal, ele ainda teria que esperar um pouco porque eles não decidiam qual sabor escolheriam: "Baunilha, jagi? É o seu favorito" "Não, docinho, vamos comprar de morango, sei que você adora".
Jungkook adorava romances mas odiava filas, então naquele momento só conseguiu revirar os olhos e pensar "Escolham os dois ou nenhum, mas saiam da minha frente!".

Voltou sua atenção para seu celular e voltou a escrever enquanto esperava, tinha que aproveitar o máximo daquela inspiração naquele momento antes que esse sentimento passasse, não podia perder tempo. Alguns minutos depois, no memento exato em que percebeu o casal sair da sua frente, quando ia dar um passo para mais perto do carrinho sentiu alguém esbarrar em seu ombro, justamente por isso, porque não segurava firme o celular em sua mão, o deixou cair.