Vidas • Shorts Jikook • PJM + JJK

《5》E̶u̶ D̶e̶s̶e̶j̶o̶... ✩ C̶a̶p̶í̶t̶u̶l̶o̶ 2

- O que eu fiz para você, hein? Por que você é assim?!

- Eu... eu não fiz nada, eu juro...

- Então seus professores me chamaram aqui para nada? Eu sai do meu trabalho porque eles não tem nada melhor para fazer que zoar com a cara dos outros, é isso, Jungkook?! - ele estava muito alterado.

- Senhor Jeon, por favor, se acalme.

- Me acalmar?! Queria ver se fosse você que tivesse sendo chamado na escola porque seu filho estava se atracando com um moleque qualquer invés de estar estudando! - ele tentou respirar fundo, estava fora de si. - Um moleque ainda, Jungkook! Se fosse uma garota, pelo menos!

Jungkook estava sentado na cadeira da diretoria, ouvido as reclamações de seu pai, que estava em pé ao seu lado se recusando a sentar, andando de um lado para o outro, furioso. Já havia perdido a noção de quanto tempo estava ali, o tempo não passava. Jimin estava na cadeira ao seu lado e ele não dizia nada ao esperar seus pais chegarem.

Eles não queriam que tivesse acabado desse jeito. Estavam no meio de um sonho e de repente foram puxados com tanta violência para esse pesadelo. Não era justo! Queriam voltar ao seus sonhos doces.

- Eu gosto dele... - falou baixo mas com firmeza. Agora que tinha certeza dos sentimentos do Jimin, que tudo havia sido jogado no ventilador e eles tinham sido expostos, já tinha mais porquê esconder ou fugir. - Para de me condenar, eu não tenho culpa de gostar dele!

- Ah, seu moleque! - ele ergueu o braço para bater no filho mas parou no meio, com as veias saltando de raiva.

- Pode ficar com raiva, pode me bater mas não vai mudar nada! Eu amo ele, pai.

- Cala a boca, seu moleque nojento!

Jungkook prendeu os lábios. Não esperava que ele fosse capaz de entender, mas ainda assim doeu ouvir isso de seu pai. Até essa manhã ele era seu filho esperto e corajoso, um filho marrento mas seu filho. Agora não passava de alguém "nojento" aos seus olhos. E por quê?

- É mesmo só por que ele é um cara? Se eu não tivesse a droga de um pênis, você seria capaz de aceitar? Eu seria menos nojento para você, mesmo se tivesse sido pego nessa mesma situação agora?

- Sua mãe se sentiria envergonhada agora.

Jungkook perdeu suas falas. Se sentiu furioso e injustiçado. Não era justo o que seu pai estava falando.

De repente a porta se abriu e um homem de terno escuro e queixo grosso e impinado, trazendo consigo um ar pesado, a atravessou. Ele tinha a energia de um homem que não se desafia e um olhar imponente mesmo que não fosse sua intenção. Ao lado dele havia uma mulher que exalava a mesma áurea, forte e pesada. Mas seu olhar intimidava e possuía uma crueldade impiedosa.

Jimin ficou ainda mais aflito.

- Obrigada por aguardarem. - a mulher se pronunciou.

Jimin se encolheu quase como se tentasse entrar em uma concha imaginaria. Sua testa, as pontas de seus ombros, todos tentavam alcançar o centro de seu peito.

- Sem problema. - disse o diretor. - Queiram se sentar.

- Não será necessário. - disse o homem. - Seja breve.

- Hã... - o diretor ficou confuso, queria ter uma conversa séria sobre o que havia acontecido. - Tudo bem. - desistiu ao que não conseguiria desafiar aquele casal. - Nós chamamos vocês aqui porque seus filhos foram pegos em uma situação um tanto... um pouco...

- Eles estavam trepando na sala de aula. - falou o senhor Jeon, irritado com a enrolação.

- Isso não é verdade! Nós não fizemos isso! - falou Jungkook irritado. Os dois estavam sendo acusados de coisas tão absurdas e eles sequer haviam se beijado. - Jimin, não é verdade? Nós não fizemos nada.