Doze Passos - Meu Anjo Da Guarda

Capítulo 74

— Em que momento você vai explicar o que estamos fazendo aqui? — O casal estava parado no meio da rua, sentados ainda dentro do carro. Sophia olhava de um lado para o outro sem entender do que se tratava. — Você parou e desligou o carro, presumo que já chegamos.

— Você é bem curiosa! — Ele sorriu e soltou o cinto. — Vamos sair. — Pegou a chave do carro e, em seguida, bateu a porta. Encostou-se no carro com os braços cruzados e esperou Sophia dar a volta e parar ao seu lado. — Tenho certeza de que você já entendeu bem do que se trata.

— Estou achando você muito enigmático, meu amor. — Ela sorriu e os dois entrelaçaram as mãos. — Não quero adivinhar nada, quero saber a realidade.

— Vamos lá. — Ele começou a andar e encontraram uma mulher que tinha luzes no cabelo e aparentava ter seus quarenta anos. — Boa tarde, Luiza. — Micael cumprimentou-a cordialmente e soltou a mão de Sophia para apertar a daquela mulher. — Esta é minha namorada, Sophia.

— Muito prazer, Sophia. — Luiza tinha um sorriso aberto. — Falamos muito sobre você.

— Gente, eu não estou entendendo nada. — Ela deu uma risada sem graça, ainda observando os dois.

— Olha, amor. — Ele mostrou a casa em frente à qual estavam parados. — O que acha?

— O que acho do quê? Desta casa?

— Sim, o que acha da casa? — Ele perguntou com um sorriso e observou a loira analisar mais a fachada do imóvel.

— É linda. — Micael sorriu, sabendo que ela gostaria.

— Eu venho me encontrando com Luiza há algum tempo; ela é corretora de imóveis e já me mostrou vários, mas nunca senti que eram especiais, sabe? Até ver esta. — Ele sorriu, apontando para o lugar. — Tudo aqui parece mágico e me lembra você; fiquei encantado e senti que você também amaria o lugar, então só não fechei porque queria que você visse antes.

— Você está mesmo falando sério? — Ela perguntou com os olhos emocionados.

— Claro que estou! — Ele soltou uma risadinha diante da reação de sua namorada. — Pedi a Luiza que agilizasse os papéis de compra e venda, para que, quando você viesse, já pudéssemos assinar tudo de uma vez.

— Micael, isso é maravilhoso! — Ela lhe deu um beijo no rosto. — É a melhor surpresa que eu poderia ter na minha vida. 

— Vamos dar uma olhada lá dentro? — Ele perguntou, e ela assentiu. A corretora abriu o imóvel, e então os três entraram.

A casa estava completamente mobiliada, era espaçosa, com quatro quartos, todos suítes. Havia um belo quintal com área gourmet e piscina, além de um espaço para plantar, caso quisessem.

— Olha, aqui é o quartinho da Liz. — Micael mostrou e abriu a porta. Sophia chorou ao ver o quarto rosa com tema de princesas, os móveis brancos, alguns brinquedos e livros... — Se você não gostar de alguma mobília, podemos trocar, mas eu particularmente amei do jeito que está.

— É tudo tão lindo! — Ela disse encantada, passando as mãos pelos móveis e imaginando sua filha ali. — Parece um sonho.

— Eu sabia que você amaria tanto quanto eu. — Ele se aproximou para lhe dar um beijo. — Seremos muito felizes aqui, meu amor.

— Nós já somos muito felizes, seremos ainda mais. — Ela sorriu e lhe deu outro beijo.

— Vamos assinar o documento para poder chamar a casa de nossa? — Saíram abraçados do quarto e encontraram a corretora sentada à mesa de jantar, organizando seus papéis. — Vamos assinar!

— Não vão se arrepender. — A corretora disse com um sorriso largo, feliz pela comissão que ganharia com a venda. Rapidamente, Micael assinou os papéis após lê-los, e então a corretora lhes entregou a chave, desejando felicidades.

— E agora, quando nos mudamos? — Sophia perguntou, agora sozinhos na sala, sentados no sofá. — Eu nem quero ir embora daqui.

— Bem, temos que ir buscar nossas coisas.

— Está sugerindo que nos mudemos agora? — Ela arregalou os olhos surpresa, mas sorriu empolgada com a ideia. — Não sei quem está com mais pressa.

— Quero começar a nossa vida logo, não aguento mais morar na casa dos outros. — Levantou-se. — Mas antes, tem mais uma coisa que eu esqueci de te contar.

— Mais uma surpresa? — Ela sorriu, empolgada com a ideia. — Hoje você está sendo o melhor namorado do mundo, sabia?

— Hoje? — Ele ergueu uma sobrancelha e sorriu de lado. — Só hoje?

— Você sempre é, mas hoje está superando as expectativas. — Ela levantou-se e deu-lhe um selinho. — Qual é a segunda surpresa? Estou ficando mal-acostumada, vou querer surpresas sempre.

— Essa não é tão importante quanto a casa. — Ele deu de ombros e colocou a mão no bolso, criando um suspense. — Não fique desapontada.

— Micael, fala logo. — Ela riu enquanto o observava finalmente tirar a mão do bolso com um anel. As palavras fugiram de sua boca e ela começou a chorar como uma criança. — Eu não acredito...

— Pensei muito sobre isso. — Ele sorriu, observando a mulher à sua frente tentar formular uma frase coerente e falhar. — Não sabia se deveria fazer isso hoje ou esperar mais um pouco, não sabia como você se sentiria ao me ver aqui, parado diante de você com um anel na mão. — Então, ele se ajoelhou. — Conhecer você deu um novo significado à minha vida. Eu estava certo de que não haveria ninguém neste mundo capaz de me fazer amar novamente após a morte dos meus pais. Não podemos ter certeza de nada na vida, mas sinto que passaremos o resto dela juntos, porque ninguém pode nos separar. Tudo em você me encanta: sua força e delicadeza, sua beleza interna e externa, o amor que você tem por sua filha e a luta por ela. Eu te amo. Quer casar comigo?

Ela não conseguiu nem dizer um simples 'sim', apenas se inclinou e iniciou um beijo apaixonado em seu, agora, noivo. Micael sorriu quando ela se afastou e ele colocou o belo anel solitário no dedo anelar da mão direita dela.

— Quero ouvir você dizer. — Ele pediu. e ela fungou, tentando se controlar. 

— Sim, sim, sim, sim! É claro que eu aceito. — Se jogou novamente e os dois caíram no chão. — Eu amo você e com certeza essa surpresa é mil vezes melhor que a casa. 

— Eu só quis fazer um charme. 

— E que tal a gente estrear a nossa casa nova? 

— Eu acho uma belíssima ideia. — Sorriu malicioso e então iniciou um beijo quente ali, no chão da sala.