— Puta merda, você tá mesmo apaixonado pela ex dele. — Diego comentou prendendo uma risada.
— Claro que tá, a Sophia tem esse poder, ela enfeitiça os homens e os faz acreditar que pode ser melhor, pelo menos até perceberem que ela não pode. — Arthur respondeu com um dar de ombros. — Você vai cair do cavalo, Micael.
— Eu não estou apaixonado coisa nenhuma, só não suporto injustiça. — Micael comentou e ninguém acreditou. — Ela merece conviver com a filha.
— Pare de agir como se eu fosse o grande vilão dessa história, a única coisa que eu quero é proteger a minha filha. A Liz não merece perder a infância indo atrás de uma mãe que não se importa com seu bem estar.
— Claro que se importa.
— Se realmente se importasse com a Liz ela não tinha feito tudo o que fez.
— Dá mais uma chance pra ela! Está mudada de verdade.
— Micael, eu dei inúmeras chances pra ela. — Arthur fungou, relembrar tudo o que já tinha acontecido doía. — Eu já internei umas quatro vezes, eu já fui á grupos de apoio, fizemos até terapia. Mesmo depois que eu a coloquei pra fora de casa eu continuei cuidando dela. Paguei uma divida altíssima que ela tinha com um traficante que estava a obrigando a se prostituir, eu a coloquei novamente numa clínica e ela simplesmente saiu depois de pouco tempo. Estou cansado, parece que esse tormento não tem fim.
— Então dê essa última chance. Conversa com ela mais uma vez, você vai ver verdade nela dessa vez.
— Hoje mesmo ela procurou um traficante. — Fez referência as fotos que tinha mostrado. — Sejamos sinceros, ela não mudou, não vai mudar e eu já cansei de ficar dando chances por aí.
— Tudo bem, então vamos ganhar de você na justiça.
— Não vão, desista.
— Gente, chega dessa discussão, ninguém vai ceder, cada um tem as suas convicções. — Diego interviu. — A gente pode jantar?
— Não tem clima, eu vou pegar a Liz e vou jantar em algum lugar. Amanhã a gente conversa em na empresa, pode ser? — Diego assentiu, percebendo que enquanto os dois ficassem no mesmo ambiente, seria daquela forma. — Me desculpe ter aparecido sem avisar. Até amanhã. — Caminhou até a menina e parou atrás de dela, olhando pra Sophia em silêncio por alguns instantes. — Temos que ir, Liz.
— Mas a gente nem jantou. — Disse em protesto e Sophia suspirou. — Eu estava conversando com a minha mãe.
— Já conversou bastante com a sua mãe, tenho certeza que ela tem mais o que fazer. Nós vamos jantar em outro lugar, pode ser?
— Tudo bem, papai. — Disse baixinho. — Te amo, mamãe.
— Muito, muito e muito. — Sophia completou com um sorriso e logo a ligação foi encerrada. Liz caminhou até Micael e esticou o telefone.
— Obrigada, tio, eu amei ver a minha mamãe. — Lhe deu um abraço, assim como em Melissa e Diego, então foi embora, junto do pai e da madrasta.
— Ela é uma gracinha! — Disse com um sorriso.
— É sim, sua enteada. — Diego brincou e se sentou com a noiva. — Não me olha de cara feia, você tá caidinho pela Sophia.
— Eu não teria nenhum problema em admitir se estivesse. — Diego deu mais risada. — A Sophia é linda e divertida.
— Eu sei que é. — Deu de ombros e Micael o olhou com interesse. — Ela era esposa de um dos meus melhores amigos, eu a conheço faz tempo.
— Essa coincidência é engraçada, no mínimo. — Melissa comentou pela primeira vez. — Quem esperaria? Ela é bem simpática mesmo, sempre nos recebeu bem nos jantares.
— É, embora eu tenho quase certeza que ela não está mais linda. — Diego ganhou um beliscão da noiva. — Aí amor, já conversamos sobre isso, o Arthur disse que a aparência dela tá triste. Como foi que você se apaixonou por uma drogada?
— Será que dá pra parar de repetir isso? Não temos nada!
— Claro, ela ainda deve tá querendo voltar pro Arthur. — Micael virou os olhos, já estava cansado irmão.
— Diego, eu só vim avisar que quero voltar pra empresa e não pra discutir sobre minha vida pessoal. — O irmão mais uma vez deu risada.
— É bom te ter de volta, Micael. — O moreno sorriu, contente com aquela frase. — Me desculpe por ter sido duro com você, foi tudo muito difícil e eu não soube lidar bem com a situação.
— Ninguém sabia lidar com a situação e sinceramente se você e o tio Fernando não tivessem intervindo a tempo, não ia existir nem um centavo dessa herança. — Deu de ombros, nada contente com aquela situação. — O que importa é que acabou.
— Acabou mesmo? — Diego estava sentado diante dele, com as pernas cruzadas e um rosto enigmático. — Confesso que as fotos que o Arthur tem de vocês me deixaram um tanto preocupado.
— Eu sei que quebrei a confiança algumas vezes, mas eu nunca fiquei tanto tempo sóbrio, então confie em mim. Por favor.
— Tá bem, irmão. — Soltou um suspiro pesado. — Mas saiba que se eu souber de algum vacilo seu, te boto pra correr de novo. E além do mais, você vai ter que aprender a conviver com Arthur.
— Não quero conviver com esse mala. — Fez uma careta. — Não dá pra ter uma conversa descente com ele.
— Arthur era amigo do nosso pai, apesar da pouca idade, ele chegou na empresa estagiário e foi treinado pelo papai pessoalmente. Ele é competente e comprometido com a empresa. Não me faça escolher entre vocês dois.
— Até porque seria eu, não é? — Ergueu uma sobrancelha e Diego mais uma vez riu. — Já que existe um documento assinado pelo papai que diz que eu devia assumir a empresa.
— Você estava mais ocupado cheirando meio mundo do que na empresa, não pode brigar comigo por ter tomado as rédeas do negócio da família.
— Não estou brigando, você fez o certo. — Desviou o olhar um instante. — Só que me obrigar a conviver com o Arthur é um pouco demais.
— Vocês serão amigos. — Decretou e dessa vez quem deu risada foi Micael. — O problema é que ele é casado com a mulher por quem você está apaixonado e ela certamente quer ficar com ele outra vez.
— Ela quer. — Assumiu sem negar mais uma vez a paixão. — E eu dei a maior força pra isso, mas embora soubéssemos que ele estaria de rolo com outra pessoa, não pensamos que era tão sério.
— E com a sua Lua ainda. — Diego voltou a dar risada. — Uma bela troca de casais, tô curioso pra ver onde isso vai dar.
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Doze Passos - Meu Anjo Da Guarda
RomanceDepois de anos lutando pela reabilitação da esposa, Arthur acaba desistindo e a expulsando de casa. Sophia se viu perdida, sem dinheiro e sem poder ver a filha. Confiou em gente que não poderia e fez muito mais do que devia pra conseguir alimentar...