Capítulo 21

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— Não é você nessas fotos? — Arthur virou o celular e ele pode ver sua imagem e a de Sophia com o traficante mais cedo. Micael segurava um saquinho e Sophia outro. Arthur foi passando as fotos pro lado e tudo foi fotografado, ele tirando as notas da carteira e pagando o homem, os dois saindo de perto e chegando á praça. Micael ajeitando a droga no cartão de crédito e até mesmo enrolando a nota para que pudesse auxiliar. — Você e a sua namoradinha! 

— Pra começar essa conversa, Sophia não é minha namoradinha. — Respondeu baixo. Diego o olhou incrédulo e um tanto irritado por mais uma vez ter caído no papo do irmão. — E sim, somos nós, pouco depois da briga de vocês na frente da escola da Liz. 

— Pensei que fosse mentir. — Arthur guardou o celular. 

— Não guarda o celular não, mostra pra gente onde está a foto de nós dois usando essa droga. — Pediu e Arthur ergueu uma sobrancelha. — Se o seu paparazzi tirou foto de tudo, tem que ter foto da gente usando também. 

— Não preciso de foto de vocês usando, o jeitinho carinhoso que você arrumou a carreira pra ela diz tudo. 

— Você é um babaca. — Rolou os olhos. — Eu não vou perder o meu tempo explicando o motivo de tudo isso ter acontecido, o que importa é que nós não usamos. 

— Me pareceu que usaram. — Diego disse com um tom de decepção. — Não vou te dar um cargo de confiança na empresa se você ainda é um viciado de merda, Micael. 

— Olha como fala, Diego. — Apontou um dedo pro irmão. — Eu já disse que não usamos. — Suspirou, se preparando pra explicar o que não queria. — Ela foi atrás desse cara depois que eles brigaram, estava mal e depois de um gatilho é logico que foi procurar drogas, mas eu cheguei a tempo e ela não queria me ouvir. 

— Claro que não queria, eu te avisei que se não fosse atrás dela naquela hora, ia chegar e a encontrar dentro de uma vala como indigente. — Ele deu de ombros como se não se importasse, quando na verdade todo mundo percebia em seu olhar a tristeza. 

— Eu comprei e arrumei a droga porque apostei numa chantagem emocional. Disse que ela ia ser responsável pela minha recaída e pela dela. Então ela parou e jogou fora. A gente não usou nada e eu tenho absoluta certeza que o seu informante te avisou disso. Se bobear tem até foto da gente jogando fora. 

— Tem. — Arthur disse com um dar de ombros. — Mas essas não me interessam, mandei para o advogado só as que comprometem a Sophia. 

— Pra que isso? Deixa ela conviver com a filha. 

— Sophia nunca mais vai chegar perto da minha filha. 

— É logico que vai, deixa de ser maluco. Ela é mãe, nós vamos entrar com recurso pra visitas e ela vai ganhar, nem que sejam monitoradas. 

— Só sobre o meu cadáver, ela não vai ganhar nada! — Avisou e então passos leves chamaram atenção. Liz entrou na sala de mãos dadas à noiva de Diego. — Oi, meu amor! — Ele mudou o tom de voz drasticamente. — Você demorou bastante.

— Eu fui fazer xixi, mas aí encontrei a tia Mirella. Ela tem um monte de maquiagem! — Disse empolgada caminhando pra perto do pai. — Igualzinho a mamãe tem. — Arthur manteve o sorriso dedicado a menina.

— Você também vai ter quando tiver idade. — A doce menina sorriu ainda empolgada e então olhou em volta.

— Ei, você tava com a minha mamãe hoje! — Apontou pra Micael. — Eu te vi lá na escola. — Ele assentiu com um sorriso também. — Minha mãe está aqui? — Estava muito empolgada e olhou em volta com mais afinco.

— Não está, Liz. — Ele comunicou e viu o rosto da filha ficar triste. — Sua mãe voltou pra viagem, se lembra? Conversamos sobre isso mais cedo.

— Mas poxa, hoje é meu aniversário, ela podia ter ficado pra almoçar comigo pelo menos. — Resmungou já ficando triste novamente. — Parece até que nem gosta de mim.

— Ei, sua mãe te ama. — Micael se intrometeu e ganhou a atenção da menininha chorosa. — Ela fala de você o tempo todo! 

— E como você sabe? Minha mãe está viajando faz um tempão. — Questionou e observou o homem sorrir pra ela. 

— Porque eu estava viajando com ela. — Contou e Arthur tinha o maxilar trincado. — E ela vive falando de você, me contou como é que costumavam acordar você no dia do seu aniversário. — A menina sorriu ao se lembrar. — Ela estava muito triste de não poder acontecer dessa forma esse ano, por isso que ela veio pra te ver na escola. 

— Não teve bolas no teto esse ano. — Contou triste. — Sinto falta da minha mãe. 

— Não teve bola no teto esse ano, mas ano que vem certeza que vai ser tão especial que você vai até se esquecer que ela esteve em falta nesse. — A menina assentiu, claramente ainda triste. — Sabe, eu estava agora mesmo indo ligar pra sua mãe, você quer falar com ela? 

— É claro que eu quero! — Disse muito empolgada e Micael olhou pra Arthur pra saber como é que ele sairia daquela situação sem magoar os sentimentos da pequena garota. 

— Pede autorização pro seu pai, eu não tenho intenção de passar por cima das ordens dele. — Micael encarou Arthur com um sorriso quando ouviu a voz fininha lhe implorando. 

— Tudo bem, meu amor. — Concordou, o que mais poderia fazer além de concordar? — Claro que pode falar com a sua mãe, eu jamais te impediria de ter contato com a sua mãe.

— Liga, tiiiiooo! — Correu empolgado para perto de Micael e ele deu risada, se sentando com o celular na mão.

— Calma, princesa! — Disse procurando Rebeca no aplicativo e então iniciando uma chamada de vídeo. — Eu vou ligar pra uma amiga e pedir a ela pra chamar a sua mãe, tá bem? — A menina balanlou a cabeça, sem tirar o sorriso no rosto, e então Rebeca atendeu. — Oi, Beca. 

— Oi, Mica! — Ela estava contente com a ligação inesperada. — A que devo a honra? 

— Pode localizar a Sophia? — Viu a cara de decepção no rosto da amiga, mas como sempre fazia, fingiu não perceber. — Tenho uma surpresa pra ela. 

— Eu sou secretária da Sophia por acaso? — Respondeu de má vontade, mas se levantou e começou a andar pelos corredores até o quarto da loira. — Que isso aqui não vire rotina, hein. 

— Juro que vai ser só dessa vez. — Sorriu e a mulher suspirou, finalmente chegando ao quarto em que Sophia estava, bateu na porta e não demorou a ser atendida. 

— Oi, Rebeca, como posso te ajudar? — Foi simpática mesmo sabendo que a mulher diante de si não ia muito com a sua cara. — Aconteceu alguma coisa? 

— Micael acha que eu sou uma menina de recados. — Estendeu o celular e a loira o pegou, vendo a imagem de Micael com um belo sorriso. — Vou cobrar por minutos, Micael. 

— Aconteceu alguma coisa? — Sophia caminhou pra se sentar na cama, tinha a testa franzida estranhando aquela ligação, ele não tinha esse costume. — Como foi o jantar com seu irmão?

— Digamos que animado. — Ergueu o olhar e deu risada da raiva que transparecia de Arthur. — O que importa é, olha essa coisinha fofa que eu encontrei aqui, diz ela que te conhece. — Virou o telefone pra Liz e Sophia levantou da cama num pulo. 

— Oi, mamãe! — A menina disse empolgada. — Eu já estou morrendo de saudades. 

— Oi, meu amor! — Sophia disse entre lágrimas. — Eu te amo muito, muito, muito. 

— Muito, muito, muito. — A menina completou com um sorriso. Se levantou e saiu pra com o celular de Micael para uma conversa mais reservada. 

— Você me paga. — Arthur ameaçou quando a filha se sentou na cadeira da mesa de jantar, um pouco distante, mas ainda em seu campo de visão. — Você jogou sujo. 

— Igual você joga pra afastar as duas! — Disse no mesmo tom. — Agora a sua briga não é mais com a Sophia que não tinha dinheiro e nem mentalidade pra reagir, é comigo. Ela não está mais sozinha.  

Doze Passos - Meu Anjo Da GuardaOnde histórias criam vida. Descubra agora