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Rafael ficou por mais tempo do que disse que ficaria. Ele se juntou a família e eles o trataram tão bem que quase fiquei com ciúmes quando não me deram o lugar de fala, um sorriso estava em meu rosto e Nina entre meus pés. Estávamos na mesa do lado de fora, debaixo da árvore que me causou muitas cicatrizes.

— Mel, porque não vai brincar no estábulo? — Aurora perguntou para minha sobrinha que estava tagarelando para Rafael que a ouvia atentamente.

— Não quero brincar agora mamãe, o tio Rafa logo vai embora e vai demorar de voltar com a tia Ana.

Eu sorri.

— Abelhinha, vou sempre visitar você e você pode ir nos visitar sempre que quiser.

Rafael assentiu com um sorriso.

— Vou garantir que tenha um quarto só pra você naquela casa.

Aurora riu.

— Não a mime demais Rafael, vai se arrepender logo que ela for sincera demais com você.

Um sorriso divertido apareceu em seus lábios.

— Bem, ótimo então.

Durante muitas horas a cena da minha família reunida me deixou mais emotiva do que eu já estava, era demais para mim. As últimas semanas eu estava perdida, e totalmente sem ânimo. Eu queria uma família, um amor, queria tempo pra mim e agora tenho isso.

[...]

Eu queria ficar, com meus pais, com a Aurora e a Melissa. Recebi o apoio nesses últimos dias que eu nunca achei que receberia, foi bom voltar e me lembrar que eu os amo e que sou amada por eles e que terei sempre onde voltar se precisar.

Mas meu coração estava em Nova York, Onde Rafael estava, onde o ritmo da cidade era tão agitado quanto o meu, na brisa fria e luzes. Eu sentia um pequeno arrepio nos braços, era animação, uma visão diferente do futuro.  Vamos nos casar na próxima semana, de acordo com Rafael que parece estar com muita pressa.

Rolei para o lado na cama quando peguei o celular que tocava sob o travesseiro.

— Rafael, seu celular está tocando. — Murmurei para que ele escutasse do banheiro.

— Pode atender pra mim? Deve ser meu primo querendo saber se já voltei. — Sua voz saiu abafada.

Com cautela peguei o aparelho e atendi.

— Alô, Quem está falando? O diretor Marquenze se encontra ocupado, deseja deixar recado? — pisquei várias vezes quando percebi que estava usando aquela voz que usava no trabalho.

Um silêncio depois de vários cochichos infantis.

— Eu só quero falar com meu pai, quem é você?

Arregalei meus olhos.

— Seu pai? Acho que você ligou para pessoa errada, Rafael Marquenze não tem um filho.

— Bem, você está certa, ele ainda não é o meu pai. Mas quem é você?

— Me chamo Ana, e qual é o seu nome futuro Marquenze? — Brinquei com ele.

Risos foram ouvidos.

— Ah, Simon! ela é a mulher bonita que senhor Marquenze disse que se casaria. — Ouvi a voz de outra criança, uma voz feminina.

Escondi o riso, eram com certeza as crianças do orfanato e aquele finalmente era o famoso Simon.

— Então você é o capitão Simon, certo? — perguntei com um meio sorriso quando ele ficou em silêncio, provavelmente envergonhado.

Secretária Quinn. (SERÁ RETIRADA EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora