Capítulo 6

259 55 18
                                    

Jimin

Sam apareceu durante a semana para trocar as fechaduras. 

Eu sabia que Taehyung o chamava de esquisito, mas ele era tão simpático que achei fácil gostar dele. 

Seu cabelo loiro era todo espetado, e os óculos retangulares escondiam seus olhos castanhos e suaves. 

Ele falava comigo bem baixinho, desculpando-se o tempo todo, gaguejando um pouco e achando que havia me ofendido quando não tinha feito nada de mais.

— Algumas estão bem ruins, mas a maioria das fechaduras, na verdade, está em bom estado. Quer que eu troque todas? Tem certeza? Desculpe, foi uma pergunta idiota. Eu não estaria aqui se você não quisesse trocar todas elas. Me perdoe — desculpou-se.

— Imagina, está tudo bem. — Sorri. — Só quero recomeçar minha vida com tudo novo.

Ele ajeitou os óculos no nariz.

— É claro. Acho que consigo terminar tudo em algumas horas.

— Perfeito.

— Olha, deixa eu te mostrar uma coisa. — Ele correu até o carro e voltou com um objeto pequeno na mão. — Acabou de chegar uma câmera de segurança na loja do meu pai, caso você tenha interesse. Elas são pequenas e bem fáceis de esconder. Poderíamos colocar algumas para você se sentir mais seguro. Se eu fosse um cara bonito como você, e morasse sozinho com uma filha pequena, iria querer me sentir mais seguro.

Sorri, mas dessa vez com cautela.

— Vou pensar no assunto. Muito obrigado, Sam.

— Sem problemas. — Ele riu. — A única pessoa que comprou até agora foi o Jin-ki. Acho que as câmeras não vão vender tanto quanto meu pai esperava.

Sam era ágil e muito bom. 

Antes que eu me desse conta, todas as fechaduras da casa estavam trocadas, novinhas em folha.

— Posso ajudar em algo mais? — perguntou.

— Não, só isso mesmo. Preciso ir, tenho que estar no café em dez minutos. Meu carro simplesmente morreu, e vou andando até lá.

— De forma alguma. Eu te dou uma carona — ofereceu ele.

— Não precisa. Posso ir andando.

— Já está garoando, e a chuva pode ficar mais forte. Não tem problema, eu te levo.

— Tem certeza?

— Claro que sim. — Ele abriu a porta do passageiro de sua caminhonete. — Sem problemas.

Durante o caminho, Sam me perguntou por que Taehyung não gostava dele, e tentei explicar, da melhor maneira possível, que Taehyung não gostava de ninguém à primeira vista.

— Dê um tempo a ele, vocês vão acabar se entendendo.

— Ele disse que eu tinha todas as características de um psicopata.

— Eu sei. Ele é um pé no saco.

— E é seu melhor amigo.

— O melhor que alguém poderia ter — respondi, orgulhoso.

O restante do caminho foi tranquilo. 

Sam apontava para todas as pessoas pelas quais passávamos e relatava tudo que sabia sobre elas. 

Ele me contou que, como todos o achavam esquisito, normalmente o ignoravam, e ele acabava ouvindo todas as fofocas da cidade.

— Aquela ali é a Lisa — indicou Sam, apontando para uma garota que estava ao celular. — Ela é a melhor soletradora da cidade. Ganhou o concurso anual de soletração nos últimos cinco anos. E aquela ali é a Momo. O pai dela é um alcoólatra que finge estar sóbrio, mas, cá entre nós, sei que ele bebe no bar da Song Bora todas as sextas-feiras. E aquele lá é o Jisoo. Ele me deu uma surra alguns meses atrás porque achou que eu o xinguei. Depois se desculpou e disse que estava chapado.

Breath of Life - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora