Jimin
Andei na ponta dos pés até a cozinha, às seis da manhã, para não acordar JungKook.
A casa estava em silêncio, mas eu sentia o aroma de café fresco invadindo os cômodos.
— Você também gosta de acordar cedo? — perguntou Myung, com uma caneca de café na mão.
Só o seu sorriso já foi suficiente para que eu me sentisse péssimo por ter tratado minha mãe e ele tão mal ontem à noite.
Ele parecia ser simpático.
Myung pegou outra caneca e serviu café para mim.
— Açúcar? Leite?
— Puro — respondi, pegando a caneca da mão dele.
— Ah, temos algo em comum. Eu sempre digo que sua mãe bebe açúcar e leite com café, e não o contrário, mas, pra mim, quanto mais forte, melhor. — Ele sentou na banqueta da ilha da cozinha, e eu sentei ao seu lado.
— Preciso pedir desculpas a você, Myung. Ontem foi um desastre.
Ele deu de ombros.
— Às vezes, a vida é estranha. Você só precisa aprender a lidar com a esquisitice dela e encontrar algumas pessoas igualmente estranhas que vão te ajudar a seguir em frente.
— Minha mãe é a sua “pessoa estranha”?
Ele abriu um largo sorriso.
Ela é.
Os dedos dele seguraram a caneca com mais força, e ele ficou olhando para o café.
— Richard era uma pessoa horrível, Jimin, e ele fez coisas imperdoáveis com Hana. Quando eles foram ao meu consultório, naquele dia, vi como ele abusava dela. Eu o expulsei de lá, e ele a deixou pra trás, chorando. Cancelei todas as consultas daquele dia e permiti que ela ficasse sentada ali pelo tempo que precisasse. Entendo o fato de você achar que o que há entre nós não é real. Sei o que ela fez no passado, sei que usou e machucou outros homens, mas quero que você saiba que eu realmente amo a sua mãe. Amo muito, e vou passar o resto da minha vida protegendo-a.
Minha mão tremia, a caneca balançava.
— Ele machucou a minha mãe? Ela estava ferida, e eu disse aquelas coisas terríveis pra ela ontem à noite...
— Você não sabia.
— Não importa. Eu nunca deveria ter falado aquilo. Se eu fosse ela, não me perdoaria.
— Ela já te perdoou.
— Quase esqueci que vocês dois acordam com as galinhas. — Mamãe bocejou ao entrar na cozinha. Ela ergueu uma sobrancelha. — O que aconteceu?
Levantei correndo e a abracei.
— Minie, o que você está fazendo? — perguntou ela.
— Dando os parabéns pelo seu noivado.
Seu rosto se iluminou.
— Você vai ao casamento?
— É claro que vou.
Ela me abraçou com força.
— Estou muito feliz, porque o casamento vai acontecer em três semanas.
— Três semanas? — perguntei em voz alta. Parei e me contive. Mamãe não precisava da minha opinião agora, ela precisava do meu apoio. — Três semanas! Maravilha!
Mamãe e Myung foram embora algumas horas mais tarde, depois de brincarem de zumbi com Soojin, inclusive com o sangue de ketchup.
JungKook, Soojin, Zeus e eu sentamos no sofá por um tempo, até que JungKook se apoiou nos cotovelos, olhou para mim e disse:
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Breath of Life - Jikook
FanfictionComo superar a dor de uma perda irreparável? Todos me alertaram sobre Jeon JungKook. "Fique longe dele", diziam. "Ele é cruel." "Ele é frio." "Ele é perigoso." É fácil julgar um homem pelo seu passado. Olhar para JungKook e ver um monstro. Mas eu...