Capítulo 27

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Jimin

- Não fique parado aí, olhando pra mim. Você não está feliz em me ver? - perguntou mamãe, em pé na varanda com uma mala na mão.

- O que você está fazendo aqui? - indaguei, confuso.

Olhei para uma BMW estacionada na frente da minha casa, tentando adivinhar com o que minha mãe tinha se envolvido dessa vez.

Ou melhor, com quem.

- O que foi? Sua mãe não pode vir te visitar? Você não retorna minhas ligações, e fiquei com saudades do meu filho e da minha neta. É algum crime, por acaso? Você nem veio me dar um abraço - resmungou ela.

Abracei-a.

- Só estou surpreso em te ver aqui. Desculpe por não ter ligado, andei meio ocupado.

Ela franziu o cenho.

- Sua testa está sangrando?

Passei a mão pela testa e dei de ombros.

- Ketchup.

- Por que tem ketchup na sua testa?

- EU VOU COMER SEU CÉREBROOOO! - ameaçou JungKook, passando pelo corredor atrás de Soojin vestida de múmia, com espaguete nas mãos e ketchup escorrendo pelo rosto.

Mamãe inclinou a cabeça, e seu olhar acompanhou JungKook.

- Acho que você esteve ocupado mesmo.

- Não é nada disso... - respondi, mas Soojin me interrompeu.

- Vovó! - gritou ela, correndo para a porta e pulando nos braços da minha mãe.

- Meu docinho - respondeu minha mãe, abraçando Soojin e se sujando toda de ketchup. - Que bagunça boa, hein?

- A gente estava brincando de vampiros e zumbis! Papai, Pluto e eu.

- Pluto? - Minha mãe virou-se para mim e demonstrou certa preocupação. - Você deixou um homem chamado Pluto entrar na sua casa?

- Você está realmente julgando que tipo de homem eu deixo entrar na minha casa? Você não lembra dos tipos que entraram na sua?

Ela deu um sorriso perverso.

- Touché.

- JungKook - chamei.

Ele veio até nós, tentando limpar os dedos nos cabelos cheios de ketchup.

- Sim? - Ele sorriu na minha direção antes de olhar para minha mãe.

- Essa é minha mãe, Kim Hana. Mãe, esse é meu vizinho, Jeon JungKook.

Seu olhar encontrou o meu, e ele hesitou por um segundo, como se estivesse decepcionado com minha escolha de palavras.

Mas logo sorriu e apertou a mão da minha mãe.

- É um prazer conhecê-la, Hana. Já ouvi falar muito de você.

- Engraçado - comentou mamãe. - Porque não ouvi nada sobre você.

Silêncio.

Silêncio constrangedor.

- Então, devo me juntar a esse silêncio constrangedor ou esperar no carro?

Um homem começou a subir as escadas da minha varanda com uma mala na mão.

Ele usava óculos e uma camisa de manga comprida de cor mostarda por dentro dos jeans escuros.

Mamãe deve estar na fase dos namorados nerds.

Ou será que ele é um bruxo?

Silêncio.

Breath of Life - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora