Capítulo 40

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Jimin

Adeus

— Não — sussurrei na sala de espera, diante do médico.

— Sinto muito. Ele não sobreviveu à cirurgia. Nós fizemos todo o possível para estancar a hemorragia, mas não conseguimos... — Os lábios dele se moviam, mas eu não escutava.

Meu mundo tinha sido roubado de mim, minhas pernas fraquejaram.

Tentei me sentar na cadeira mais próxima.

— Não — murmurei de novo, cobrindo o rosto com as mãos.

Como ele pôde ter partido tão rápido?

Como ele me deixou aqui sozinho?

Não, Taemin...

Antes da cirurgia, segurei a mão dele.

Disse o quanto o amava.

Beijei-o pela última vez.

Como ele pôde ter partido?

O médico pediu licença e saiu da sala, mas eu sequer o notei.

Hye-jin e Ho-san apareceram alguns minutos depois, tão arrasados quanto eu.

Ficamos muito tempo no hospital, até que Ho-san disse que precisávamos ir embora, tínhamos que começar a planejar o enterro.

— Encontro vocês em casa — eu disse a eles. — Soojin está na casa de Taehyung, graças a Deus. Vocês podem buscá-la?

— Aonde você vai? — perguntou Hye-jin.

— Só quero ficar aqui mais um pouquinho.

Ela franziu o cenho.

— Querido...

— Não, de verdade, estou bem. Vou embora daqui a pouco. Será que... será que vocês podem esperar um pouco pra contar a ela?

Hye-jin e Ho-san concordaram.

Fiquei horas na sala de espera, sem saber o que estava esperando.

Parecia que todos ali estavam fazendo exatamente isso: aguardando uma resposta às suas orações, esperando um milagre.

Num canto, vi uma mulher mais velha chorando muito, totalmente sozinha, e acabei me aproximando dela.

Ela estava machucada, coberta de hematomas, como se tivesse acabado de sobreviver a algo terrível.

Mesmo assim, seus tempestuosos olhos escuros me assombravam.

Eu não deveria interromper aquele momento de espera, mas não consegui me conter.

Abracei-a, e ela não me mandou embora.

Ficamos assim por algum tempo, desabamos juntos.

A enfermeira veio informar à mulher que seu neto e seu genro tinham saído da cirurgia, mas que o estado deles era muito grave.

— Você pode vê-los. Pode visitá-los no quarto, mas eles estão inconscientes. Apenas para a senhora saber. Mas pode segurar a mão deles.

— Como eu... — A voz dela estava trêmula, as lágrimas caíam. — Como posso escolher quem eu vou ver primeiro? Como eu...

— Eu fico com um deles até a senhora chegar — ofereci. — Eu seguro a mão de um deles.

Ela me pediu que ficasse com o genro.

Quando entrei no quarto, senti um arrepio no corpo todo.

O pobre homem estava sem cor no rosto. Parecia quase um fantasma.

Breath of Life - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora