JungKook
6 de abril de 2014
Um dia antes do adeus
— Estou morto — murmurei ao olhar para o espelho do banheiro.
A garrafa de uísque vazia estava na bancada, o frasco de comprimidos laranja ao lado, minha vista completamente embaçada.
Eu ouvia meus pais falando do lado de fora sobre os últimos detalhes, os planos para o funeral, nosso transporte da igreja para o cemitério.
— Estou morto — repeti.
A gravata estava pendurada no pescoço, esperando o nó.
Pisquei e, quando abri os olhos novamente, vi Suho diante de mim, arrumando minha gravata.
— O que aconteceu, meu amor? — murmurou ele, meus olhos se enchendo de lágrimas. Levantei a mão e toquei seu rosto suave. — Por que você está assim?
— Estou morto, Suho, eu morri. — Solucei, sem conseguir controlar minha dor. — Quero que tudo acabe. Quero que isso acabe. Não quero mais ficar aqui.
— Shh — sussurrou, aproximando os lábios do meu ouvido. — Amor, você precisa respirar fundo. Está tudo bem.
— Não está nada bem. Não está nada bem.
Ouvi a batida na porta do banheiro.
— JungKook, sou eu, seu pai. Abre a porta, filho.
Eu não conseguia.
Estava morto.
Estava morto.
Suho olhou para a pia e viu a garrafa de uísque vazia e o frasco.
— Amor, o que você fez? — Encostei na parede e deslizei para dentro da banheira, soluçando. Suho veio, apressado, até mim. — Jun, você tem que vomitar agora.
— Não posso... não posso...
Minhas mãos cobriram o rosto, estava tudo embaçado.
Minha mente me pregava peças.
Eu estava desmaiando.
Eu sentia que ia desmaiar.
— Amor, pense em Sun. Ele não ia querer ver você assim. Vamos lá. — Ele me levou até o vaso sanitário. — Não faça isso, Jun.
Vomitei.
Senti tudo queimando dentro de mim.
Minha garganta parecia pegar fogo quando finalmente botei o uísque e os comprimidos para fora do meu corpo.
Encostei de novo na parede.
Abri os olhos e Suho tinha ido embora, ele nunca esteve ali.
— Sinto muito — murmurei, passando as mãos pelo cabelo.
O que seria de mim?
Como eu iria sobreviver?
— JungKook, por favor, precisamos saber se você está bem — gritavam minha mãe e meu pai do outro lado da porta do banheiro.
— Estou bem — menti. Ouvi o suspiro de alívio da minha mãe. — Já vou sair.
Eu quase conseguia sentir a mão do meu pai no meu ombro, tentando me confortar.
— Tudo bem, filho. Nós estamos aqui, esperando você. Não vamos a lugar algum.
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Breath of Life - Jikook
FanfictionComo superar a dor de uma perda irreparável? Todos me alertaram sobre Jeon JungKook. "Fique longe dele", diziam. "Ele é cruel." "Ele é frio." "Ele é perigoso." É fácil julgar um homem pelo seu passado. Olhar para JungKook e ver um monstro. Mas eu...