Breath of Life - Jikook

Capítulo 34

Jimin

Naquela noite, abri o armário e olhei para todas as roupas de Taemin.

Respirei fundo e comecei a tirar tudo dos cabides.

Esvaziei a cômoda.

Esvaziei as gavetas.

Respirei fundo e coloquei tudo em caixas para doação.

Em seguida, fui até minha cama e removi os lençóis.

Eu estava realmente preparado para deixar JungKook entrar na minha vida, e sabia que isso significava que eu tinha que deixar Taemin partir.

Eu sabia que, para seguir em frente, tinha que contar a JungKook tudo sobre o acidente.

Ele merecia e precisava saber.

Se ele realmente falou a verdade quando disse que ia lutar por mim, por nós, sem se importar com mais nada, nós ficaríamos bem.

Pelo menos, era isso que eu esperava.

E, mesmo assim, uma grande parte de mim sabia que nada ficaria bem.

A contagem regressiva da nossa bomba-relógio estava prestes a começar.

≈

— Precisamos conversar — eu disse a JungKook um dia, quando estávamos na varanda. — É sobre Jin-ki, sobre aquele dia em que ele veio aqui, antes do casamento da minha mãe.

— Ele te machucou? — perguntou JungKook, acariciando meu rosto. Ele deu um passo na direção do hall, aproximando-se de mim, e eu recuei. — O que ele disse?

As palavras estavam na ponta da minha língua, mas eu sabia que, se falasse, aqueles gestos carinhosos iriam desaparecer para sempre.

Eu sabia que, quando ele ouvisse o que Jin-ki descobriu, eu iria perdê-lo.

Eu não estava pronto para acordar do sonho que estávamos vivendo.

— Amor... por que está chorando? — indagou JungKook. Eu nem tinha notado as lágrimas em meu rosto. Logo minha visão estava completamente embaçada. — Jiminie, o que houve?

Balancei a cabeça.

— Nada, nada. Você acha... você pode me abraçar um pouquinho?

Ele me abraçou bem apertado.

Inspirei seu cheiro, tendo quase certeza de que, se contasse a verdade a ele – e eu sabia que tinha que contar –, perderia aquele momento.

JungKook não ia mais me abraçar, não ia mais me tocar, não ia mais me amar.

Ele acariciou minhas costas, e eu o abracei com mais força, como se eu quisesse me agarrar a algo que já tinha perdido.

— Você sabe que pode confiar em mim, não sabe? Você pode me dizer qualquer coisa. Estarei aqui sempre que precisar — prometeu ele.

Afastei-me e dei um leve sorriso.

— Acho que preciso descansar, só isso.

— Então, vamos pra cama.

Ainda com a mão nas minhas costas, JungKook me conduziu para o quarto.

— Eu quis dizer sozinho. Preciso passar a noite sozinho.

A decepção em seus olhos tempestuosos partiu meu coração, mas ele me deu um sorriso triste.

— Sim, é claro.

— Nos vemos amanhã — prometi. — Passo na loja do Sr. Han.

— Tá. Combinado. — Ele parecia apreensivo. — Você está bem? — murmurou, claramente preocupado. Assenti. Ele segurou meu rosto e beijou minha testa. — Eu te amo, Jiminie.

— Também te amo.

Ele se encolheu.

— Então por que parece que estamos dizendo adeus?

Porque eu acho que estamos.