Capítulo 32

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Jimin

Eu não sabia como dizer a JungKook o que Jin-ki tinha me contado. 

Fomos de carro até a casa da minha mãe, e ele percebeu que Jin-ki tinha falado algo que me deixou incomodado, mas não me pressionou para contar. 

Tentei disfarçar usando o meu melhor sorriso na festa de casamento da mamãe e do Myung, mas por dentro meu coração estava muito confuso.

Soojin carregou JungKook para a pista de dança. 

Não consegui deixar de sorrir ao ver Soojin pisando nos pés dele quando tocou uma música lenta. 

Mamãe veio em minha direção em seu lindo vestido marfim e sentou-se ao meu lado.

— Você não trocou uma palavra comigo a noite toda — observou ela, com um sorriso meio triste.

— Mas eu vim. Não é o suficiente? — Uma parte de mim se sentia traída com esse casamento tão rápido. Ela sempre dava um jeito de apressar as coisas em seus relacionamentos, mas até agora ela não tinha sido louca o suficiente para acabar no altar com um homem que mal conhecia. — O que você está fazendo, mamãe? Seja honesta comigo... Você está com problemas financeiros de novo? Podia ter pedido minha ajuda.

O rosto dela ficou vermelho de vergonha, ou talvez de raiva.

— Para com essa bobagem, Minie. Não acredito que você está insinuando isso de novo justo hoje.

— Mas... é que foi tão repentino.

— Eu sei.

— E sei que ele tem muito dinheiro. Olha essa festa.

— O dinheiro não importa — argumentou ela. Ergui uma sobrancelha. — De verdade.

— Então, o que é isso tudo? Qual foi o motivo de você correr pra se casar, se não foi dinheiro? O que você está ganhando com isso?

— Amor — sussurrou. — Estou ganhando amor.

Por algum motivo, aquelas palavras me machucaram. 

Meu coração doeu quando ela confessou que amava outro homem que não era meu pai.

— Como você pôde? — perguntei com os olhos cheios de lágrimas. — Como você pôde jogar fora todas as cartas daquele jeito?

— O quê?

— As cartas do papai. Eu as encontrei na lata de lixo, antes de ir embora com Soojin. Como você pôde?

Ela suspirou profundamente, torcendo as mãos.

— Minie, eu não as joguei fora, simplesmente. Eu li cada uma daquelas cartas por dezesseis anos seguidos. Todas as noites. Centenas de cartas. E, um dia, acordei e percebi que aquilo não era mais um conforto pra mim, e sim algo que me impedia de seguir em frente com a minha vida. Seu pai era um homem maravilhoso. Ele me ensinou a amar incondicionalmente. Ele me ensinou o que era estar apaixonada. E, depois, eu esqueci. Esqueci tudo que ele me ensinou no dia em que partiu. Fiquei completamente perdida. Eu tinha que me libertar daquelas cartas pra me curar. Você sempre foi tão mais forte que eu.

— Eu me sinto fraco. Quase todo dia, eu me sinto fraco.

Ela segurou meu rosto e encostou a testa na minha.

— Essa é a diferença. Você sente. Eu estava entorpecida. Não sentia nada. Mas você sente. Você precisa saber o que é se sentir fraco pra encontrar forças novamente.

— Myung… ele te faz feliz de verdade? — perguntei.

O rosto dela se iluminou.

Ela realmente o amava.

Breath of Life - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora