Capítulo 33

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Jimin

Primeiro, me apaixonei pela ideia.

Me apaixonei pela ideia de que alguém me faria rir e chorar novamente.

Eu me apaixonei pela ideia de alguém me amar, mesmo estando tão despedaçado, com meu coração em cacos.

Eu me apaixonei pela ideia de sentir seus beijos, seus toques, seu calor.

Numa manhã gelada, caminhei até a varanda segurando uma caneca de café quente.

JungKook estava deitado na grama coberta de neve, fazendo anjinhos e olhando para as nuvens com Soojin ao seu lado.

Eles brigavam o tempo todo, mas pelas coisas mais bobas do mundo.

Naquela manhã, JungKook enxergava uma girafa na nuvem, e Soojin jurava que era um pinguim.

Depois de um tempo, ele fingiu concordar com ela.

Os lábios de Soojin se abriram num sorriso, e os dois continuaram em silêncio, movendo os braços e as pernas, criando perfeitos anjos de neve.

E foi naquele momento silencioso que descobri.

Eu o amava.

Eu o amava muito.

Não era apenas um sonho, não era apenas uma ideia.

Era real.

Era verdadeiro.

Era amor.

Ele me fazia sorrir.

Ele me fazia feliz.

Ele me fazia rir num mundo que estava decidido a me fazer chorar.

Lágrimas se formaram em meus olhos, e tentei entender como eu poderia me permitir amar um homem que também me amava.

Era um sentimento muito especial ser correspondido no amor.

Encontrar uma pessoa que não somente me amava, mas que adorava a melhor parte de mim – minha filha.

Não tinha palavras para expressar o quanto eu era abençoado.

Eu e Soojin amávamos JungKook, e ele nos amava da mesma forma.

Talvez ele amasse mais nossas cicatrizes.

Talvez a verdadeira forma de amor nasça da dor mais profunda.

Tudo aconteceu de uma forma muito inusitada.

Primeiro, nós mentimos, nos usamos para nos agarrar ao passado.

Depois, nos apaixonamos sem querer.

Eu sabia que tinha que contar a verdade sobre o acidente a ele.

Sabia que precisava fazer isso, mas eu não conseguiria naquela manhã.

Naquela manhã, queria que ele soubesse apenas de uma coisa.

Os dois levantaram.

Soojin correu para dentro de casa para tomar café da manhã, e eu fiquei na varanda, encostado na grade, com um sorriso que era reservado apenas a JungKook.

Ele estava com as mãos nos bolsos do jeans e tinha um pouco de grama grudada na camisa e no cabelo molhado.

Com certeza Soojin o havia derrubado no jardim.

Ele percorreu o caminho até a varanda sorrindo para mim.

— Eu te amo — eu disse a ele.

Seu sorriso tornou-se ainda mais amplo.

Porque ele já sabia.

Breath of Life - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora