Capítulo 16

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JungKook

Devíamos ter parado naquela noite. 

Devíamos ter pensado que era horrível nos lembrar de Taemin e Suho dessa forma, usando um ao outro. 

Éramos como bombas-relógios, prestes a explodir.

Mas não nos importamos.

Quase todos os dias, ele me beijava.

Quase todos os dias, eu retribuía o seu beijo.

Ele me contou a cor favorita de Taemin. 

Verde.

Contei qual era o prato favorito de Suho. 

Massa.

Algumas noites, eu saía pela janela do meu quarto e ia para o dele. 

Em outras, era ele que escapulia para minha cama. 

Quando eu entrava no quarto, ele nem afastava os lençóis. 

Quase nunca me deixava deitar do lado dele na cama. 

Eu entendia aquilo muito mais do que qualquer pessoa poderia imaginar.

Ele se despia e fazia amor com seu passado.

Eu o penetrava e fazia amor com meus fantasmas.

Não era certo, mas mesmo assim fazia sentido.

A alma dele estava ferida, e a minha, devastada.

Mas quando estávamos juntos, doía menos. 

Quando estávamos juntos, o passado não parecia tão doloroso. 

Junto dele, nunca me senti, nem por um momento, sozinho.

Tinha dias em que eu estava bem. 

E muitos dias em que eu sentia a dor escondida dentro de mim, sem se manifestar. 

E havia os dias das grandes recordações. 

Era aniversário de Suho, e eu sofri muito naquela noite.

Os demônios do passado, que ficavam enterrados no fundo da minha alma, estavam sendo exorcizados. 

Jimin foi ao meu quarto. 

Eu devia tê-lo mandado embora. 

Devia ter deixado a escuridão me engolir.

Mas eu não podia deixá-lo sozinho.

O corpo dele estava embaixo do meu, e trocávamos carícias. 

Os olhos de Jimin sempre me deixavam maravilhado. 

Assim como seu cabelo esparramado pelo meu travesseiro.

— Você é deslumbrante — sussurrei, antes de erguer seu queixo para que sua boca encontrasse meus lábios.

Naquela noite, ele era minha droga. 

Minha alucinação.

Eu adorava o gosto de morango do gloss em seus lábios.

Adorava seu corpo nu, que se arqueava quando meus lábios exploravam seu pescoço.

— Você tem ideia do quanto seus olhos são lindos? — perguntei, sentando-me e prendendo-o embaixo de mim.

Ele sorriu novamente. 

Isso também é lindo. 

Passei os dedos pelas curvas de seu corpo.

Breath of Life - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora