Capítulo 15

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Jimin

Estão dizendo por aí que você está trepando com aquele idiota — falou Taehyung ao telefone alguns dias depois do pesadelo de JungKook.

Eu não o tinha visto desde então, mas não parava de pensar nele.

— Jura que estão dizendo isso?

Não, mas eu preferia que fosse isso em vez de Jin-ki choramingando que você deixou outro cara cortar sua grama, embora eu tenha oferecido o Ed para aparar o seu matagal. Mas, me conta, você está bem? Devo me preocupar que nem o Jin-ki?

— Eu estou bem.

Porque aquele JungKook é um babaca, Minie. — Era triste perceber a preocupação em cada palavra que ele dizia.

Eu odiava o fato de ele estar preocupado comigo.

— Eu só converso com ele — eu disse baixinho. — Sobre Taemin, só converso com ele.

Você pode conversar comigo também.

— Sim, eu sei. Mas é diferente. JungKook perdeu o marido e o filho.

Taehyung ficou em silêncio por um momento.

Eu não sabia disso.

— Duvido que alguém saiba. Acho que as pessoas o julgam pela aparência.

Olha só, Minie. Vou dizer uma coisa que você pode não gostar, mas ser seu melhor amigo significa que tenho que ser honesto com você, mesmo quando não quer ouvir. É triste, muito triste saber que JungKook perdeu a família. Mas como você consegue confiar nesse cara? E se ele tiver inventado essa história?

— O quê? Ele não inventou essa história.

Como você sabe?

Porque os olhos dele são assombrados como os meus.

— Por favor, não se preocupe, Tae.

Amigo... — Taehyung suspirou ao telefone. Por um momento, pensei em desligar, algo que nunca tinha feito com ele. — Você acabou de voltar à cidade, sei que está sofrendo. Mas esse tal de JungKook é uma pessoa ruim. Ele é violento. E acho que você precisa de estabilidade na sua vida. Você já pensou em fazer terapia ou algo do tipo?

— Não.

Por quê?

Porque, supostamente, a terapia ajuda a pessoa a seguir em frente, e eu não queria seguir em frente.

Eu ansiava por voltar ao passado.

— Olha, preciso ir. Falamos depois, tá?

Minie...

— Tchau, Tae. Te amo. — Amava mesmo, apesar de não estar gostando muito dele naquele momento.

Também te amo.

Assim que desliguei, fui até a janela observar o entardecer.

Uma tempestade se formava.

Uma parte de mim gostava disso, porque a grama ia crescer mais rápido com a chuva – o que significava que JungKook teria que voltar logo para me ver.

No sábado à noite, eu me sentei na varanda com a caixa em formato de coração da mamãe e li pela milésima vez suas cartas de amor.

JungKook estava cortando a grama, o que não poderia me deixar mais feliz.

Quando Jin-ki estacionou o carro na frente da casa, guardei tudo e escondi a caixa num canto.

Senti um estranho constrangimento ao me dar conta de que Jin-ki estava prestes a dar de cara com JungKook ali.

Breath of Life - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora