06. Quebrando o gelo

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Christopher

Desde aquele bendito beijo a Dulce não estava me tratando normalmente, estava estranha, me evitando e com certeza o que eu mais temia aconteceu: se eu a beijasse as coisas não seriam mais como eram antes. E isso era uma droga.

Eu sentia falta de jogar videogame com ela, de jogar conversa fora, brincar de esconde-esconde na rua... sentia falta de estar com ela.

Apesar disso esse primeiro beijo me abriram portas em questao de popularidade... parece que agora eu era mais visível para as meninas que viviam me procurando no intervalo da sala, mandando cartinhas e jogando piscadas quando passavam por mim.

Aquilo tudo era muito novo pra mim, mas eu ate que estava gostando... Já que Dulce não queria mais minha companhia, eu não iria ficar me lamentando... estava apenas começando a melhor fase da minha vida!

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Alguns meses se passaram Dulce já tinha completado 11 anos e muita coisa tinha mudado no circulo de amizades entre ela e Christopher. Ele estava mais popular que nunca, ficava com varias meninas e poucas vezes sentava com Dulce durante os intervalos.

Ela por outro lado ficou bem retraída, manteve sua amizade com Maite e sempre faziam tudo juntas.

Era final do ano letivo e todos os alunos do 5º ano iriam para uma excursão num parque de diversões.

-pegou tudo filha?
-Sim mãe, tenho tudo o que preciso aqui
- Tá bom, se cuida e juízo em!

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Chegando na Escola, a professora decidiu organizar os alunos por ordem alfabetica, assim teria mais controle e organização durante o Passeio

- Iremos fazer duplas! Vocês ficarão responsáveis pelo amigo que estiver ao seu lado no ônibus, deverão estar juntos na hora do retorno! Atenção a chamada

- Afonso e Anahi
Arthur e Brenda
Bruno e Carlos
Camila e Christian
Christopher e Dulce
Esmeralda e....

Assim que escutaram seus nomes, Dul e Chris se entreolharam, e os corações erraram a batida. Ha tempos não ficavam juntos por algum motivo. Talvez fosse um traço do destino que insistia em deixa-los juntos sempre.

-Oi Dul - Cristopher disse com um sorriso tímido
-Oi...- falou passando por ele para entrar no ônibus

Ao se sentarem juntos ele resolveu quebrar o gelo

- não temos feito muitas coisas juntos ultimamente...

- você tem estado bem ocupado - ela falou sarcástica

-O que eu posso fazer? Você se afastou de mim Dulce, e eu não fiz nada pra você

- Você disse que aquele beijo era insignificante - ela disse controlando uma lagrima que queria escorrer

-Você ficou chateada por isso? Podia ter me falado Dul, sempre compartilhamos nossos sentimentos

-Mas era diferente Christopher... enfim agora não importa mais, como eu disse voce tem estado bem ocupado - falou direcionando a cabeça para umas meninas que estavam cochichando e chamando ele - eu nao to fazendo falta.

-Eu sinto sua falta Dulce

- Entao prova! - ela disse colocando fones no ouvido e ligando seu diskman, ignorando ele.

Ao chegarem no Parque algumas meninas logo puxaram christopher para andar com elas e Dulce procurou Maitê para ficarem juntas.

Se divertiram bastante na parte da manhã, foram na montanha-russa, no elevador, e até na casa do Terror. Dando uma pausa para comer algo e descansar as pernas, Dulce avistou Christopher sozinho em um canto do parque. Franziu a sobrancelha estranhando aquela cena e resolveu ir até ele.

-Eu já volto, ta bom? - Falou pra Mai e outros amigos que estavam sentados a mesa

-O que faz aqui? - disse ao chegar perto dele

-literalmente nada - respondeu com ignorância

-Pra quem é popular como você, não condiz bem essa cena solitária. Quer almoçar com a gente?

-To sem fome. Você queria que eu provasse que me importo com você, é isso que to fazendo Dulce.

-Ficando sozinho?

-Ignorando aquelas meninas grudentas.

-Entendi... se você não gosta de ficar perto delas, por que da atenção então?

-Porque pelo menos eu não ficava sozinho. Depois que você deixou de falar comigo eu decidi seguir esse caminho, mesmo nao me sentindo totalmente confortável, foi o que me restou.

Dulce sentiu uma pontada em seu coração. Nao imaginava que se afastar de Christopher estava tirando dele a liberdade de ser quem ele realmente era.

-Me desculpa, ta? - falou se sentando ao lado dele. - Acho que a gente precisa conversar mais.

O primeiro amor (vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora