35. Maldito Beijo

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Dulce

Coloquei meu vestido mais novo, passei um batom e um pouquinho de blush, para melhorar minha cara de quem precisa pegar sol, e um saltinho preto pra ficar um pouco mais alta. Ele adora quando uso salto.

Pedi que minha mae me levasse para o cinema antes do horário de fechamento, assim eu conseguiria fazer a surpresa para o Chris. Estava mega animada, ainda mais depois do presente que ele me deu. Eu precisava retribuir de alguma forma, e tenho certeza que esse decote em V o deixaria bem satisfeito.

Chegando no cinema por volta de 21:30 fui logo entrando e me deparei com Poncho e o Christian limpando a area externa da lanchonete.

-Olha alguém vai ter um encontro hoje - Poncho disse ao me ver

-Decidi fazer uma surpresinha - falei timida - onde o Ucker está?

-Esta la dentro fazendo a limpeza da cozinha - Christian respondeu- como o Mike ta no escritório acho que a barra ta limpa pra você ir ate la

-Ah que bom, então eu vou - falei satisfeita, pensando em como poderia surpreender ele sem ser muito inconveniente no local de trabalho

Enquanto entrava na lanchonete e ia em direção a porta da cozinha, senti meu coração se apertar um pouco. Estranha sensação. Nunca tinha sentido isso... mesmo franzindo a testa com aquele sentimento, fui andando mais devagar pra que ele não percebesse minha presença.

Quando entro pela porta tenho a plena certeza do porque estar sentindo aquilo segundos atras. Com o coração em pedaços vejo Christopher beijando a tal da Nathalia.

Eu não consegui ter nenhuma reação. Fiquei parada por exatos 3 segundos sem sentir minhas pernas e sem conseguir respirar. Eu não estava acreditando no que meus olhos estavam vendo.

O meu Christopher, que jurou amor eterno, fez planos futuros comigo, ali beijando outra com os primeiros botões da camisa abertos. Eu queria sair correndo dali, mas eu não tinha forças.

Com lágrimas se formando nos olhos e com a voz embargada juntei a ultima gota de força que me restava

-O que está acontecendo aqui? - falei baixo mas alto o suficiente para me escutarem e tomarem um susto, cessando o tenebroso beijo

-Dulce? - Chris disse engolindo em seco - Nao é o que você está pensando meu amor - disse empurrando ela e se aproximando de mim

-Nunca mais ouse me chamar assim - falei alto entre lagrimas enquanto saia dali correndo procurando o ar

-Dulce volta aqui - ele vinha atras de mim correndo pelo hall do cinema

-Nao venha atras de mim Christopher! - gritei notando alguns olhares nos observando - Vai ficar com sua namoradinha

-Deixa eu te explicar o que aconteceu- ele parecia desesperado, mas eu nao me importava mais.

-Isso nao precisa de explicação! Só prova o quao mentiroso você é Christopher. Eu tenho nojo você! Me deixa em paz

Com a voz embargada sai correndo pelas escadas do cinema indo pra rua e tentando encontrar o ar que me faltava

Andei sem rumo por alguns instantes até que avistei o carro da minha mae parado algumas esquinas a frente. Por sorte ela ainda estava lá

-Me leva pra casa por favor - falei chorando ao entrar no carro

-Filha o que houve?

-Nao quero falar agora mae, so me leva pra casa - eu engolia as lagrimas enquanto falava, tamanha era a dor que eu estava sentindo que nem conseguia cessar o choro

Ao chegar em casa corri para meu quarto trancando a porta atras de mim, eu nao queria ver ninguém, so precisava tentar tirar aquela dor de dentro do meu peito.

Fui para o banheiro arrancando aquela roupa que já nem fazia mais sentido pra mim, entrando no chuveiro na esperança daquele sentimento ir embora junto com a agua que escorria por todo meu corpo. As lagrimas se confundiam com as gotas e eu sentia que nao aguentava mais aquela dor que só aumentava a todo momento que eu lembrava daquela maldita cena, daquele maldito beijo.

Perdi a noção do tempo enquanto estava naquele banho, quando me dei conta estava com as mãos enrugadas e fui obrigada a me secar e colocar um pijama quente.

Deitei na cama sentindo um buraco no meu peito, eu tinha dificuldades para respirar, puxava o ar e ele simplesmente parecia nao vir. Eu achava que iria morrer ali mesmo.

O primeiro amor (vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora