Um mês depois...
Desta vez Juliette e Iara encontraram-se logo na recepção da clínica.
Comprimentaram-se mas não puderam conversar muito pois Juliette foi logo chamada.
- Vamos lá fazer um ultrassom para ver como se portou.
A cada mexida no aparelho, o médico sorria e eu ia ficando nervosa.
- Então doutor, qual é o diagnóstico?
- Depois já falamos. Temos aqui grandes novidades. Muito bem, pode vestir-se.
Eu estava muito nervosa e ansiosa. Desde a morte do meu irmão tenho andado muito sensível. Choro por tudo e por nada e por vezes irrito-me sem razão aparente.
- Tenho uma óptima novidade, Juliette. Vem aí bébé. A Juliette está grávida.
Se estivesse em pé de certeza que a esta hora estava estatelada no chão.
- Não é possível, doutor. Eu jamais posso estar grávida!
- Mas está, Juliette. Disso não há qualquer dúvida. Não há hipótese de ter tido relações sem se recordar?
- Não. Zero hipóteses. O que vou fazer agora com um filho, ainda mais de alguém que não sei quem é?
- Calma. Vá para casa e pense bem no que fazer. Estarei cá para ajudar.
Saí dali em prantos e Iara logo veio confortar-me.
- Que foi, Juliette. Alguma coisa grave?
- Eu quero sair daqui.
Iara meteu Juliette no seu carro e levou-a até uma cafetaria. Pediu dois chás e ficou a conversar com ela.
- Queres contar-me o que o médico disse?
- Eu estou grávida, mas não é possível.
- Estás grávida? E não queres ter esse filho?
- Não é isso. Eu nunca estive com um homem, como posso estar grávida?
- Estás confusa. De certeza que estiveste com alguém e não te lembras. Uns copitos a mais às vezes dão nisso.
- Impossível. Eu não bebo e faz mais de 4 anos que não saio a não ser para trabalhar.
- Juliette, se estás grávida alguma coisa aconteceu ou és a virgem Maria que concebeu pelo Espírito Santo?
- Não brinques com assuntos sérios. Eu vou para casa.
- Eu levo-te.
- Não. Leva-me de volta à clínica. Tenho lá o meu carro.
- Vamos trocar de numero de telefone e vamos falando.
Iara ao regressar à clinica, esperou que Juliette fosse embora e entrou porta adentro toda sorridente.
Entrou no gabinete médico e por lá ficou cerca de meia hora.
- A trouxa ser virgem não estava no programa. Também nos tempos que correm, quem é virgem aos 25 anos?
- Espero que não invente de tirar.
- Não vai. A bicha é religiosa que baste para ir contra esse acto.
- Agora é controlar os passos dela e enganar o corno com um falso exame de gravidez, desta vez feito como deve ser.
- Vou estar cá até ao final do mês. Convence-o a virem fazer outro teste até lá.
- Viremos sim.

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Permita-se Amar
Fanfiction...e pela rua, lado a lado, somos muito mais que dois (M. Benedetti)