Cap. III

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Um mês depois...

Desta vez Juliette e Iara encontraram-se logo na recepção da  clínica.

Comprimentaram-se mas não puderam conversar muito pois Juliette foi logo chamada.

- Vamos lá fazer um ultrassom para ver como se portou.

A cada mexida no aparelho, o médico sorria e eu ia ficando nervosa.

- Então doutor, qual é o diagnóstico?

- Depois já falamos.  Temos aqui grandes novidades.  Muito bem, pode vestir-se.

Eu estava muito nervosa e ansiosa.  Desde a morte do meu irmão tenho andado muito sensível.  Choro por tudo e por nada e por vezes irrito-me sem razão aparente.

- Tenho uma óptima novidade, Juliette.   Vem aí bébé.  A Juliette está grávida.

Se estivesse em pé de certeza que a esta hora estava estatelada no chão.

- Não é possível, doutor.  Eu jamais posso estar grávida!

- Mas está, Juliette.   Disso não há qualquer dúvida.   Não há hipótese de ter tido relações sem se recordar?

- Não.   Zero hipóteses.  O que vou fazer agora com um filho, ainda mais de alguém que não sei quem é?

- Calma.  Vá para casa e pense bem no que fazer.  Estarei cá para ajudar.

Saí dali em prantos e Iara logo veio confortar-me.

- Que foi, Juliette.   Alguma coisa grave?

- Eu quero sair daqui.

Iara meteu Juliette no seu carro e levou-a até uma cafetaria.  Pediu dois chás e ficou a conversar com ela.

- Queres contar-me o que o médico disse?

- Eu estou grávida, mas não é possível.

- Estás grávida?  E não queres ter esse filho?

- Não é isso.  Eu nunca estive com um homem, como posso estar grávida?

- Estás confusa.   De certeza que estiveste com alguém e não te lembras.  Uns copitos a mais às vezes dão nisso.

- Impossível.   Eu não bebo e faz mais de 4  anos que não saio a não ser para trabalhar.

- Juliette,  se estás grávida alguma coisa aconteceu ou és a virgem Maria que concebeu pelo Espírito Santo?

- Não brinques com assuntos sérios.  Eu vou para casa.

- Eu levo-te.

- Não.   Leva-me de volta à clínica.   Tenho lá o meu carro.

- Vamos trocar de numero de telefone e vamos falando.

Iara ao regressar à clinica, esperou que Juliette fosse embora e entrou porta adentro toda sorridente.

Entrou no gabinete médico e por lá ficou cerca de meia hora.

- A trouxa ser virgem não estava no programa.  Também nos tempos que correm, quem é virgem aos 25 anos?

- Espero que não invente de tirar.

- Não vai.  A bicha é religiosa que baste para ir contra esse acto.

- Agora é controlar os passos dela e enganar o corno com um falso exame de gravidez, desta vez feito como deve ser.

- Vou estar cá até ao final do mês.  Convence-o a virem fazer outro teste até lá.

- Viremos sim.



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