Cap. XXVII

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Eu protestava com o agente porque queria ir ver Rodolffo e ele não me deixava.  Já tinham colocado uma fita a isolar o local é ninguém passava a não ser os paramédicos.

Logo vejo Rodolffo vir acompanhado de um dos paramédicos na minha direcção.
Vinha a segurar um dos braços cuja camisa estava toda suja de sangue.

- Está tudo bem, disse ele assim que me viu.

Levaram-no para a ambulância e eu fui atrás dele.  Cortaram a camisa e o ferimento não era muito grave.  Nada que uns pontos não resolvesse.

Alguns médicos da clínica onde íamos com Miguel já tinha vindo ver se eram necessários,  pois o tumulto aconteceu mesmo no estacionamento da clínica.

A doutora Celina estava junto e levou-nos para dentro, após Rodolffo ser liberado.

Pediu a um colega para observar e coser o ferimento de Rodolffo enquanto o pediatra atendia Juliette.

Depois de liberados foram para casa.  Juliette conduziu no regresso enquanto Rodolffo seguia atrás com Miguel.

Já em casa ele foi tomar um banho para tirar o sangue seco que tinha no corpo e deitou-se um pouco.  Juliette deitou o Miguel no berço e veio juntar-se ao marido.

- Tive tanto medo que aquela louca te matasse.  Não sei o que faria sem ti.

- Estou aqui.  Já passou tudo.

- Porque foste enfrentá-la?  Devias ter esperado pela chegada da polícia.

- Eu só não queria que ela chegasse até vocês.  Fui um pouco inconsciente.

- Estás com dores?

- Um pouco.

- O doutor deu uns comprimidos para as dores.   Queres tomar?

- Pode ser.  Talvez me ajude a dormir um pouco.

- Eu vou ver o que a Fátima fez para comer.  Vais comer primeiro e depois dormes.

Eu trouxe uma sopa que ele comeu e depois dei-lhe o comprimido.

- Agora podes dormir.  Depois vou buscar a Vitória enquanto a Fátima fica com o Miguel.

Dei-lhe um beijo,  fechei as cortinas para o quarto ficar escuro e saí com o Miguel.

Sentei-me à mesa com a Fátima e almoçámos as duas.  Contei-lhe o que tinha acontecido e contei também o início disto tudo.

Ficámos ali as duas a conversar até que deu horas de ir buscar a pestinha mais velha.

A  caminho do colégio recebi uma chamada do advogado, mas como ia a conduzir não atendi

Estacionei no parque da escola e aí retribui a chamada.

Iara tinha falecido na hora.  Rodolffo deveria ter que prestar depoimento, mas ia marcar para dois dias depois. Agora deveria melhorar do ferimento.

Agradeci, busquei a Vitória e regressámos a casa.  Pelo caminho fui instruindo-a para que quando chegasse a casa não fizesse barulho porque o pai estava dódoi e estava a dormir.

- Está bem, mamãe.   A Vitória não vai fazer barulho.

Eu sabia que não era verdade  porque se há uma coisa que ela é, é gostar da bagaceira.  Vou tentar mantê-la no andar de baixo.

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