Cap. VIII

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Os policiais levaram Iara debaixo de muitos xingamentos à minha pessoa.

Mais tarde tive que explicar para a avó tudo o que estava acontecendo.

Minha avó nos seus 72 anos era um poço de sabedoria e compreensão.   Ouviu atentamente tudo o que eu dizia a lamentava todo o carinho que um dia dispensou a Iara.

- Como pode uma pessoa ser tão falsa?
E agora Rodolffo,  o que vai acontecer com a outra menina?

- Não sei, avó.  E sinceramente até estou com medo de me encontrar com ela.

- Mas é muito necessário e o quanto antes.  Lembra-te que ela deve estar muito confusa e se tu demorares para aparecer, pode julgar que estavas de conluio com a Iara.

- Eu vou tentar falar com ela, avó.

- E depois traz ela que eu quero conhecê-la.

- Com calma avó.  Isto é novidade para mim e para ela.  Deixa o tempo passar.

- Está bem, mas trata disso. 

Rodolffo resolveu mandar uma mensagem para o número que havia conseguido do telefone de Iara.

Olá

Desculpa o incómodo.  Sou o dador do esperma que usaram contigo e gostaria de conversar quando te sentires à  vontade.
Obrigado

Rodolffo

Juliette tinha acabado de regressar das férias e ainda não estava informada dos últimos acontecimentos.

- Como, esperma que usaram em mim?

Foi ter com Telma e mostrou-lhe a mensagem.

- Pelos vistos não foste violada e sim usaram esperma.  Vamos falar com o advogado.

- Acabei de saber que Iara e o médico foram presos esta manhã.  Parece que os dois estavam armando para tu gerares um filho para Iara.

Ela não pode ter filhos por já ter removido o útero e ovários e planeou isto desde inicio com o médico com quem tem um relacionamento de anos.  O objectivo era garantir uma renda do actual companheiro.

- Quer dizer que este bébé é do companheiro da Iara?
Como fui burra.  Devia ter desconfiado logo na primeira abordagem.  E depois nem desconfiei por ela estar sempre na clínica quando eu ia às consultas, mais a conversa de eu dar o bébé para ela se não quisesse.

- Pois é.  Dois bandidos.

- E quando a criança nascesse iam fazer o quê comigo?  E como ela justificava a criança?

- Não sei.  Possivelmente fingir uma gravidez até que ela nascesse e depois livravam-se de ti.

- Que apodreçam na prisão.
O doutor acha que eu devo conversar com o pai?

- Acho.  No fundo ele é só uma vítima também, mas faça isso com calma.  Prepare-se primeiro e depois conversem.   Decidam o melhor para os dois e a criança e lembrem-se que estão a decidir o destino de uma vida inocente.

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