Os policiais levaram Iara debaixo de muitos xingamentos à minha pessoa.
Mais tarde tive que explicar para a avó tudo o que estava acontecendo.
Minha avó nos seus 72 anos era um poço de sabedoria e compreensão. Ouviu atentamente tudo o que eu dizia a lamentava todo o carinho que um dia dispensou a Iara.
- Como pode uma pessoa ser tão falsa?
E agora Rodolffo, o que vai acontecer com a outra menina?- Não sei, avó. E sinceramente até estou com medo de me encontrar com ela.
- Mas é muito necessário e o quanto antes. Lembra-te que ela deve estar muito confusa e se tu demorares para aparecer, pode julgar que estavas de conluio com a Iara.
- Eu vou tentar falar com ela, avó.
- E depois traz ela que eu quero conhecê-la.
- Com calma avó. Isto é novidade para mim e para ela. Deixa o tempo passar.
- Está bem, mas trata disso.
Rodolffo resolveu mandar uma mensagem para o número que havia conseguido do telefone de Iara.
Olá
Desculpa o incómodo. Sou o dador do esperma que usaram contigo e gostaria de conversar quando te sentires à vontade.
ObrigadoRodolffo
Juliette tinha acabado de regressar das férias e ainda não estava informada dos últimos acontecimentos.
- Como, esperma que usaram em mim?
Foi ter com Telma e mostrou-lhe a mensagem.
- Pelos vistos não foste violada e sim usaram esperma. Vamos falar com o advogado.
- Acabei de saber que Iara e o médico foram presos esta manhã. Parece que os dois estavam armando para tu gerares um filho para Iara.
Ela não pode ter filhos por já ter removido o útero e ovários e planeou isto desde inicio com o médico com quem tem um relacionamento de anos. O objectivo era garantir uma renda do actual companheiro.
- Quer dizer que este bébé é do companheiro da Iara?
Como fui burra. Devia ter desconfiado logo na primeira abordagem. E depois nem desconfiei por ela estar sempre na clínica quando eu ia às consultas, mais a conversa de eu dar o bébé para ela se não quisesse.- Pois é. Dois bandidos.
- E quando a criança nascesse iam fazer o quê comigo? E como ela justificava a criança?
- Não sei. Possivelmente fingir uma gravidez até que ela nascesse e depois livravam-se de ti.
- Que apodreçam na prisão.
O doutor acha que eu devo conversar com o pai?- Acho. No fundo ele é só uma vítima também, mas faça isso com calma. Prepare-se primeiro e depois conversem. Decidam o melhor para os dois e a criança e lembrem-se que estão a decidir o destino de uma vida inocente.

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Permita-se Amar
Fanfiction...e pela rua, lado a lado, somos muito mais que dois (M. Benedetti)