Cap. XXVIII

81 18 13
                                    

Então é Natal...

Nos últimos dias eu notei que Rodolffo e Vitória andam muito de segredinhos.

Vitória está no primeiro ano na escola e todos os anos pelo Natal têm uma festa onde participam um dos pais.

Lógico que a Vitória ia escolher o pai para parceria.  Os dois são um grude só.

Ele foi comprar um vestido de propósito para ela usar na festa. 

Eu arranjei-a e ao Miguel também e lá  fomos.

Começou com a directora a dar as boas vindas aos pais e às outras crianças e logo passou ao teatro que representava o tema do nascimento de Jesus Cristo.

Vitória vestida de ovelha estava a coisa mais fofa. Não tinha muita interacção,  era apenas parte do cenário,  mas ela deu um jeito de chamar a atenção quando começou a mandar beijos para nós e para Miguel que assim que viu quem mandava beijos fez birra para ir para ao pé da irmã.

Não teve jeito.  Rodolffo teve que ir levá-lo ao palco para ao pé da irmã ou corria o risco da peça não terminar.

Depois das representações religiosas vieram as canções livres.  Cada dupla, pai e filho ou mãe e filha deveria apresentar-se no que quisessem.  Foi aí que eu me surpreendi.

Rodolffo e Vitória iam cantar, mas eu nunca o ouvi cantar neste tempo todo de relacionamento.  Era por isso que eles andavam de segredos.  Ensaiavam às escondidas.

Rodolffo subiu ao palco, ajustou os dois microfones e a música começou.

Eu olhava para os dois com o coração cheio.  As lágrimas desceram pelas minhas faces, mas eram lágrimas de orgulho.

Eu já conhecia a canção e então cantei juntamente com eles.  A partir do meio, Rodolffo desceu e veio buscar-me e ao Miguel para os acompanhar no palco.

Fiquei envergonhada ao principio, mas depressa passou.   Cantei com os dois.  Miguel estava ao colo do pai e olhava para ele admirado.

No final fomos muito aplaudidos por todos e parabenizados também.

Dei um beijo no meu marido e nos meus filhos.
Aproveitámos o resto da festa e regressámos a casa.

Eu estava muito orgulhosa da minha família.  Rodolffo era um pai excelente e não digo isto só porque eu o amo muito, não.   Ele é de verdade um homem com H maísculo que tem as suas falhas como todo o ser humano.

Sinto-me feliz e realizada por tudo o que consegui e ainda vou conseguir.

As crianças estavam cansadas e assim que caíram na cama, logo adormeceram.

Nós dois aproveitávamos sempre o cansaço deles da melhor maneira.

Hoje a maratona começava na banheira, tal qual uma prova de triatlo.  As próximas provas nós decidiremos à medida que formos superando cada etapa.

FIM

Permita-se AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora