Cap. X

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Depois que Rodolffo saiu eu fui fazer o meu jantar.

A conversa tinha fluído.  Contámos um ao outro tudo o que sabíamos e outras coisas da nossa vida.

No início foi bem difícil.   Ele parecia um bom menino.  Talvez um pouco ingénuo que deixa as coisas arrastarem-se só para não comprar uma briga.

Foi o que aconteceu com Iara.   A relação já tinha esfriado há tempo.  Aparentemente já nem contacto físico havia, mas ele não pôs fim e ela não estava interessada.

Pareceu-me que apesar de não nos conhecermos, conversámos como dois adultos que somos.  Vamos ver nas próximas vezes.
Ainda vamos passar pelo julgamento daqueles dois.  Espero que ambos sejam condenados.

...

Voltei feliz para casa, apesar de tudo.   
Juliette tem um ar doce. Como podem ter feito uma sacanagem destas com uma menina tão jovem.

Gostei da mãe do meu filho, não posso negar.  Parece-me ser muito inteligente e é muito boa de conversa.  Doeu-me quando com lágrimas nos olhos me disse que estava a precisar de um abraço.

Eu queria ficar naquele abraço para sempre, mas não quero ser acusado de abusado e que ela me interprete mal.

Nos dias que se seguiram telefonei todos os dias à noite para saber delas.  Eu olhei para Juliette a primeira vez e consegui visualizar a cara da minha filha.  Estou convicto que é uma menina.

Convidei-a para ir lá a casa no domingo para terminarmos a nossa conversa e para conhecer a avó Isabel.  Ela aceitou, então vai lá almoçar connosco.

- Rodolffo,  pára de andar de um lado para o outro!  Ainda gastas o soalho.

- Ai, avó.  Não sei se ela vai gostar do almoço.  Estou nervoso.

- De certeza que é só por causa do almoço?

- Claro que é.  O que mais seria?

- Eu não sei, mas as flores, os chocolates, a roupinha para o bébé!!!

- É só um agrado.   O mínimo é eu ser atencioso,  afinal ela vai carregar o nosso filho 9 meses.

- Estás certo, meu neto.

Juliette chegou e depois das apresentações a minha avó arrastou-a com ela para o jardim.

- Vem comigo colher umas rosas para a jarra do centro de mesa.
Como vai a gravidez?

- Vai bem, dona Isabel.

- Podes chamar-me de avó.  Gosto mais que dona.   Eu sou avó para o bairro todo.

- Está bem avó, disse eu a sorrir.

- O que achaste de pai do teu filho?  Era uma pessoa que escolherias noutras circunstâncias?

- Sim.  Tem uma presença agradável.

- E um coração de ouro e por vezes os outros aproveitam-se.  Vamos voltar senão ele zanga-se comigo.

- Depois do almoço eu vou deixar-vos sózinhos.  Vocês precisam muito de conversar.   Eu vou ter com as minhas amigas ao café, por isso quis conversar um bocadinho contigo a sós.




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