Cap. XXIV

78 14 12
                                    

Eu fiquei sem reacção.   Primeiro aquela beijo do nada.   E eu gostei.   Gostei muito.  Estava com muita saudade dos beijos dele e não só dos beijos.

Agora, estou aqui a olhar para o berço do meu filho e a pensar nas palavras dele.

Eu não quero que ele vá embora.  Isso não.

Resolvo descer e ir terminar o meu jantar.  Ele estava na mesa e não disse nada quando me sentei, mas senti o seu olhar fixo em mim.

- Tu não tiraste o berço, não?

- Não  vou tirar.

- Ainda bem.  Sinal de que não queres que eu vá embora.

- Nunca quis.   O nosso problema não tem a ver com gostar ou não gostar.

- O nosso problema, espero que a partir de hoje comece a ser enterrado.  Já te magoei muito, já me magoaste, agora chega.

- Também quero.

- Vem cá. - puxou-a para o seu colo e desta vez ela não o afastou.

- Vamos começar de novo.  Eu amo-te.  Sabes disso.

- Também te amo.

- Então?  Temos duas pessoinhas lindas lá em cima que precisam de crescer em harmonia.  Vamos fazer isso por eles e por nós?

- Vamos tentar.

- Tentar só não.   Vamos fazer acontecer.  Dá-me um beijo.

Juliette segurou no rosto dele e deu-lhe um selinho,  mas ele queria mais.  Precionou os lábios contra os dela,  segurou-a pela nuca e no instante seguinte as línguas exploravam a boca um do outro.

Com falta de ar separaram-se e ficaram abraçados.

- Nunca mais duvides de mim.

- Juro pela minha vida e dos meus filhos.

Terminaram de jantar e quando subiram para o quarto notava-se a harmonia de casal.

Rodolffo deitou-se e abraçou Juliette,  mas não tentou nada mais.  Coube a ela pedir para que ele a amasse como dantes.

Ele não se fez rogado e perante juras de amor e pedidos de perdão eles resolveram seguir em frente e levar o assunto como um aprendizado para a vida.

Miguel acaba de completar 6 meses, Vitória vai completar 3 anos e meio.  Os quatro estão numas férias há muito desejadas.
Rodolffo é um pai babão e Vitória já consegue manipulá-lo porque ele sempre lhe faz as vontades.

- Não podes fazer tudo o que ela quer, Rodolffo!  Essa menina abusa de ti.

- Deixa.  Quero dar-lhes todos os mimos que eu não tive de pai. E tu és igual.  Estás a ralhar comigo,  mas fazes o mesmo.

- Quem resiste à carinha de pidona dela?

- Com o Miguel vai ser igual.  Espera ele conhecer os nossos pontos fracos.

- Somos dois pais abestalhados.

- Somos sim.  Mas muito felizes, disse selando os nossos lábios enquanto Maria Vitória se vinha enfiar no nosso meio para que nos separássemos.

Permita-se AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora