Cap. XXI

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Juliette realizava hoje o seu primeiro ultrassom e ao contrário dos de  Maria Vitória veio sozinha.

Chorou ao ouvir o coração bater forte e quando terminaram a Dra. Celina perguntou por Rodolffo.

- Não estamos bem.

- Que aconteceu,  se é que pode contar?

Juliette desabafou com a médica tudo o que aconteceu.

- Essa mulher nunca vai deixar-vos em paz?

- Neste caso não foi ela.  Foi ele que duvidou de mim.

- Sim, mas convicto de que era infértil por conta de um exame falsificado.

- E mesmo depois de descobrir que era falsificado só aceitou com o novo exame.  Ainda tenho dúvidas que ele acredite que  o filho é dele.

- Devem resolver-se. Não permitam que isso estrague a vossa relação que é tão bonita.

- Quando é que eu posso fazer um teste de ADN?

- Quer mesmo?  Podemos fazer antes de nascer mas se fosse eu esperava até ao nascimento.  Agora, não é um teste fácil.

- Então eu espero, mas quero fazer logo quando nascer.

- Quer um conselho?  Não o prive de vir acompanhá-la.  É muito importante para o pai criar ligação com a criança.  Não queira que ele tenha mais amor pela Vitória do que por esse.  Se vivem na mesma casa, não queira essa diferença.

Juliette chegou a casa e Rodolffo estava no escritório.

Saiu assim que a ouviu chegar.

- Podes castigar-me de todas as maneiras, mas não com os meus filhos. 

- Julguei que só a Vitória era tua filha.

- Até quando vai durar isto?  Eu já reconheci o meu erro, já pedi perdão,  tenho que fazer o quê, mais?

- Nada.  Não faças nada.  Por favor  vai buscar a Vitória ao colégio.

Os dias passaram rápidamente.  Juliette fez outros exames e permitiu que Rodolffo estivesse presente.

A gravidez não está a ser tão tranquila com da primeira.

- É por  causa do stress que tem passado.  O meu conselho é que deixe de trabalhar e repouse bastante.

Juliette ia sair do consultório quando sentiu uma dor abdominal muito forte.

- Aiiiiii, doutora!  Está a doer muito.

- Deite-se aqui.  Vou examiná-la de novo.

Juliette foi de maca para a sala de observação e logo veio o diagnóstico
A criança ia nascer.

- Mas só estou no sétimo mês?

- Pois é.  Vamos ter que fazer uma  cesariana urgente ou a criança pode morrer.

- Morrer não.  Por favor doutora, não deixe ele morrer.

-  Juliette!  Fica calma.  Não faz bem para o nosso filho.

- Vamos anestesiá-la agora.  Rodolffo,  vai assistir?

- Vou.

- Então vá vestir o equipamento rápido.

Eu fiquei à cabeceira da Juliette, mas ela estava desacordada.  Segurei na mão dela o tempo todo e juntei as nossas cabeças.

Mostraram-me o meu menino assim a correr porque tinham que o levar para a incubadora.

No meio desta confusão toda, ainda  não tínhamos escolhido o nome dele.
Tenho que esperar que a Juliette acorde para decidir.

Levaram a Juliette para o quarto e a médica veio dizer-me que estava tudo bem.  A Juliette recuperaria rápido e o bébé precisava ficar na incubadora até completar o tempo, no mínimo.

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