Rodolffo acordou por volta das cinco da madrugada. Depois de uma noite em que o objectivo era tranquilizar a Ju, ele estava angustiado pela partida. Juliette levantou-se quando ele e tentava não parecer triste.
Tinham tido uma despedida cheia de amor e queria recordar-se dela assim.
Enquanto ela tomou banho, ele foi para casa dos pais fazer o mesmo. A sua mãe já tinha preparado o café.
Ele foi buscá-la e tomaram café os quatro. Juliette ajudou Camila a arrumar tudo e esta entregou-lhe uma cópia da chave de casa.
- Para alguma eventualidade, Juliette.
Saíram e fecharam tudo.
Os pais de Rodolffo despediram-se da Juliette e entraram no carro. Este levou-a até casa dela e beijou-a, demonstrando a saudade que ia ficar.
- Quando chegar ao Porto, eu ligo-te. Cuida de ti e tem cuidado na estrada.
Hoje o Guilherme vai contigo.- Eu podia ir sózinha. Faz boa viagem e não me esqueças.
- Esquecer? Nunca. Ainda não parti e já tenho saudades. Cuida dos teus pais.
Ficaram abraçados em silêncio durante um tempo. Rodolffo beijou-a e fez-lhe um afago no rosto.
- Vou com o coração partido por não ficar para te ajudar, mas realmente não posso.
- Vai em paz. Eu cá me hei-de arranjar.
- Amo-te, - disse ele e beijou-a de novo.
- Também te amo. Não esqueças de ligar. Agora vai, não te atrases.
Rodolffo virou costas e foi. Antes de entrar no carro ainda lhe mandou um beijo que ela apanhou e guardou no coração.
Quando o carro desapareceu ao fundo da rua, Juliette entrou em casa e começou a juntar as coisas que precisava para a viagem a Vila Real.
Pelas 10 horas acordou o pai, preparou-lhe o café e saiu. Passou na vizinha Maria e pediu que fosse lá mais tarde ver o pai e verificar se ele tinha comido.
Conforme combinado, Guilherme estava à espera dela.
- Não é preciso ires, Guilherme!
- Eu prometi ao Rodolffo que ia, então eu vou. Não me custa nada. Ele já foi embora?
- Sim. Está madrugada.
- Se fosse eu nada me impedia de ficar.
- Cada um tem a sua vida e as suas responsabilidades.
Juliette não gostou desta observação de Guilherme. Entrou no autocarro, sentou-se à janela e assim que partiram, ela fechou os olhos.
Fez a viagem toda em silêncio alegando não ter dormido.
Chegaram ao hospital, Juliette foi autorizada a ver a mãe, falou com o médico de plantão que não lhe disse nada de novo e saiu para regressar a casa.
- Juliette, importas-te que pare ali no centro para comprar uns queijos e umas alheiras?
- Fica à vontade, Guilherme. É o mínimo que posso fazer para te agradecer.
Em pouco mais de duas horas estávamos a estacionar o carro em frente à minha casa.