Capítulo 10

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Guilherme bem tentou, mas eu não dei abertura.  Dancei toda a noite com a Juliette.  Quando parávamos era para ir beber algo.

Numa das paragens, fomos buscar duas bifanas e duas cervejas que nem só de música vive o homem.

Por volta das duas horas da madrugada, resolvemos ir embora.

Juliette cantarolava pelo caminho.  Parecia que tinha a música no corpo.

Numa zona mais escura da rua eu atrevi-me e roubei-lhe um beijo.
Ela não disse nada e segurou no meu braço.  Seguimos caminho até à entrada da porta dela.

Conversámos ainda durante um bom bocado e quando ela disse que eram horas de entrar,  segurei-lhe no rosto e dei-lhe um beijo de verdade.

Juliette passou os braços à volta da minha cintura e então abracei-a.

Beijei-a outra vez e então despedimo-nos.

- Dorme bem.

- Tu também.   Sonha comigo.

- Isso é certo é não é de hoje.

Juliette entrou e eu fui para minha casa.  Não estava ninguém acordado por isso fui para o quarto.

Despi-me e deitei-me pensando o quanto a vida é injusta.
Faltam menos de duas semanas para ir embora, porque isto agora?

Será que tenho o direito de gostar da Juliette?  Estaremos separados por uma grande distância.  Quem sabe quando nos vamos ver de novo?

Nos dias seguintes,  sempre dava um jeito de vê-la durante o dia.  Na maior parte das vezes eu fazia de tudo para a ajudar na quinta assim, podia estar com ela,  mas era à noite que as nossas conversas se tornavam mais intimas.

No jardim da casa de um ou do outro, após o jantar, sempre havia um tempinho para estarmos juntos.

- Como vai ser quando fores embora?  Vou ter saudades das nossas conversas.

- Só das conversas?  E de mim?

- Claro que de ti também.

- E como vamos fazer?  Eu que manter o contacto.

- Com  certeza que sim.  Havemos de falar muito ao telefone.

- Domingo vamos até Alfandega da fé?  Vamos até ao miradouro?

- Sábado é melhor.

- Está bem, vamos sábado de manhã.

Sexta feira chegou e Juliette quis conversar com a mãe.

- Mãe, amanhã vou a Alfandega da fé com o Rodolffo.

- E voltam à noite?

- Mãe!  Era muito mau para ti se eu só voltasse Domingo?

- Olha filha.  Tens 27 quase 28 anos.  És dona da tua vida.  Trabalhas e muito.  Não dependes de nós e além disso eu deixei-te em Vila Real por seis anos para estudares.
Perante isso, o que é um fim de semana?  Eu só quero ver-te feliz.  Não faças nada que te magoe.   O resto não interessa.

- E o pai?

- Deixa o teu pai comigo.  Sabes porque nasceste de 7 meses?  Por isso mesmo.  Foi a desculpa que demos para ninguém saber que casámos grávidos.

Depois do jantar em conversa com Rodolffo disse-lhe que podíamos passar o fim de semana fora.

- Que bom.  E queres ir a algum lugar específico?

Em Alfandega da fé mesmo.  No resort.

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