Capítulo 13

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No dia seguinte eu passei o dia a trabalhar na quinta.  Rodolffo não apareceu, mas após o jantar veio tomar café comigo e estivemos no meu alpendre a conversar durante horas.

Deu-me um beijo à despedida e fomos dormir.

Terça feira foi a mesma coisa.  Quarta feira ele ajudou-me a semear umas batatas pela manhã e depois não o vi mais.

À noite esperei por ele e não veio.  Acabei por ir dormir pois acordava cedo.

Quinta feira cruzei-me com ele quando eu vinha para fazer o almoço.

- Estás com cara de quem acordou agora.

- De ressaca, diz ele.

- Porquê?  Onde estiveste ontem à noite?

- Com a malta no café.  Bebi um pouco.

- Mas o café fecha à meia noite!
Eu estive aqui até à uma hora e não te vi chegar.

- Fiquei à conversa com a Marta.

- Só os dois?

- Sim.  Sentámo-nos lá no muro da Casa do Povo e nem demos pelo tempo passar.

- É porque a conversa era boa.  Vou fazer o almoço.  Tchau.

- Vejo-te logo?

- Não sei.  Talvez queiras acabar a conversa com a Marta.

Falei mesmo e entrei em casa.  Marta era uma jovem filha de pais emigrados em França.   Todos os anos vem cá passar as férias e todos os anos vem de namorado novo ou arranja cá um para se entreter.
Até imagino como foi a conversa deles.

Os ciúmes estão a corroer-me por dentro.   Sou bem capaz de não falar com ele e assim termina uma coisa que nem começou.

Fiz o almoço na força do ódio, mas não consegui comer muito.  Terminei o almoço e fui logo para a quinta.

Entrei no palheiro que ficava ao fundo da propriedade, estendi uma manta que ali tinha sobre um feixe de palha e por ter dormido muito pouco de noite logo adormeci.

Quando acordei vi Rodolffo ao meu lado que também dormia.  Tentei levantar-me para o deixar sózinho,  mas o barulho da palha acordou-o e ele puxou-me para me deitar novamente.

- Já passou a braveza,  minha ciumenta?

- Sou ciumenta sim, e depois?

- Depois nada.  Eu gosto assim.  Não aconteceu nada.  Eu sei bem o tipo de mulher que a Marta é.  Dessas quero distância.

Ele falava isto já perto da boca dela onde deixou um beijo.

- Achas que os teus pais vêem aqui?

- A esta hora estão a dormir a sesta.

- Eu quero-te de novo, - disse enquanto tentava tirar-lhe a roupa.

- Não temos preservativo.

- Tenho.  Eu vi-te da minha varanda quando vinhas para cá e coloquei um no bolso.

- Já vinhas com segundas intenções.

- Segundas e terceiras.  Eu quero amar-te sempre e aproveitar todos os momentos possíveis.

Fizeram amor com relativa pressa não fosse o diabo tecê-las.   Depois de vestidos e compostos deixaram-se ficar abraçados.  Hoje Juliette não tinha nada urgente para fazer, então aproveitou para desfrutar do momento.

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