Capítulo 14

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Hoje era o último dia que eu estaria com ela e isso estava a deixar-me muito ansioso.

Acordei pela manhã, fui à varanda e não a vi na quinta.  Mandei-lhe uma mensagem e ela não respondeu.

Desci para tomar café.

- Rodolffo,  a Rosarinho passou mal.  A Juliette teve que ir com ela para Macedo.

- O que ela teve?  Podias ter-me chamado para ir com elas.  O sr. Abílio?

- Está em casa.  A Juliette não me deixou chamar-te.

- E o que aconteceu com a mãe?

- Começou a sentir falta de ar.

Rodolffo ligou para Juliette.   Desta vez ela atendeu.

- Onde estás?  Vou aí ter contigo.

- Não venhas.  Vão transferir a minha mãe para o hospital de Vila Real.  Eu vou atrás da ambulância com o meu carro.

- Como ela está? 

- Teve um enfarte, já aqui no hospital.

- Eu vou a Vila Real,  Juliette.

- Não venhas, Rodolffo.  Não vens fazer nada para a ajudar e precisas preparar as coisas para a viagem.

- Mas tu precisas de mim.  Eu quero ir.  Vou e volto, nem que seja só para me despedir de ti.

Rodolffo desligou e disse à mãe para preparar tudo que voltava a horas de viajar para o Porto.

- Não te preocupes, mãe.  Volto à noite.  Chama o sr. Abílio para almoçar.

- Vou chamar.  Não sei o que será dele sem a mulher.  Ainda vai ele primeiro que a saúde dele também já não é boa.

Rodolffo demorou cerca de uma hora a chegar.  Juliette estava na sala de espera a aguardar notícias dos médicos.

Rodolffo abraçou-a e aí ela desabou num choro intenso.

- Calma.  Ela vai superar.

- Ela só estava com falta de ar.  Porquê o enfarte?  Rodolffo,  viste o meu pai?  Estou preocupada com ele.

- Eu disse à minha mãe para o chamar para almoçar.  Ela toma conta.

- Desculpa.  No vosso último dia e eu a empatar as vossas férias.

- Não digas isso.  Eu não podia ir embora sem me despedir e se eu pudesse adiava a partida, mas está muito na hora, e segunda já tenho plantão no hospital.

O médico veio trazer o relatório.   Rosarinho estava em coma.  As previsões não eram boas, disse o médico sem grandes rodeios.

- Eu posso vê-la? Posso ficar com ela

- Muito rápidamente.  Ficar com ela ninguém pode.

- Então não vou poder visitá-la?

- Enquanto estiver nesta situação pode cá vir, mas é entrar e sair.

Juliette foi com Rodolffo mas como o médico disse ficou apenas o tempo de lhe dar um beijo.

Já no exterior do hospital ela chorou abraçada a Rodolffo.

- Vamos para casa, mas eu não acho que estejas em condições de conduzir e ainda mais sózinha.

- Vou contigo e amanhã venho de autocarro e depois levo o carro.

Ele abraçou-a e seguiram para o estacionamento enquanto lhe fazia carinhos.
Apertou o cinto dela, deu-lhe um beijo e seguiu viagem.

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