Capítulo 24

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Rodolffo fez-me a surpresa de aparecer no meu aniversário e ainda com a novidade de que veio para ficar.

Trouxe um lindo buquê de rosas e ainda um bolo.

Os quatro cantámos parabéns.  Recebi um lindo colar dos meus sogros.  Sim, já os considero meus sogros.

No final do jantar, ajudei Camila a arrumar a cozinha.  Ela chamou Rodolffo para conversar e eu despedi-me e fui para minha casa.

- Já vou lá, disse ele.

Não demorou muito.  Eu fiquei curiosa e perguntei:

- É segredo o que a tua mãe queria falar?

- Não.   Era sobre os mexericos que correm na boca do povo, sobre nós.

- Ah, isso!  Não ligues que eu também não.

- Ligo sim.  Não quero o teu nome da boca dessa gente.

- Não tem muito que fazer.  É só ignorar.

- Eu tenho solução.

Juliette estava sentada no sofá.   Rodolffo ao lado dela levantou-se e ajoelhou-se.

- Casa comigo.

Tirou as alianças do bolso e colocou no dedo dela mesmo antes do sim, que veio de seguida misturado com lágrimas.

- Quando eu penso que já nada me surpreende, tu vens e superas as minhas expectativas.
Caso sim, meu amor.

- Vamos casar por agora só no cartório.  Depois mais tarde, quando passar mais este período de luto, fazemos a festa e o casamento religioso.

- Rodolffo,  tens a certeza?  Conhecemo-nos há meses.

- Por mim tinha casado no dia seguinte a ter-te conhecido.  Agora que voltei, nada me impede de dar esse passo.  A não ser que tu não queiras?

- Quero muito.  Ter-te sempre a meu lado é o meu maior sonho.

Rodolffo puxou-a para o colo e começou a beijá-la tentando aplacar as saudades acumuladas.  Logo os dois estavam na cama onde esqueceram de tudo e todos.

No dia seguinte fizeram questão de desfilar pela aldeia abraçados, não escondendo momentos de carinho.

À Céu, Juliette fez questão de mostrar a aliança e ela logo a parabenizou alto e bom som para que os que os rodeavam pudessem ouvir.

- E quando é o casório?

- Assim que os documentos estiverem prontos.

- Assim calas a boca de muita gente.

- Não me incomoda a opinião deles.

- Rodolffo!  Podias montar um consultório aqui na aldeia.

- Não sei se merecem.  Vou estar na Clínica nova de Macedo.

Rodolffo havia contado a Juliette e a seus pais que tinha conseguido uma vaga na clínica particular de Macedo.

- Mas é particular e as gentes das aldeias não têem dinheiro para lá ir.

- Vou conversar com a presidente da junta.  Havemos de encontrar uma solução.

15 dias depois, toda a documentação estava entregue e o casamento civil estava marcado.

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