Capítulo 6

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- Tu é que tratas da quinta? A minha mãe disse que estudaste Agronomia.

- Sim. Os meus pais dão alguma ajuda, mas a saúde não deixa. Também tenho alguns amigos para certos trabalhos.

- E nunca pensaste ir para a cidade?

- Enfiar-me num escritório? Não. Prefiro andar com as mãos sujas de terra.

- É raro hoje em dia um jovem querer isso e ainda mais mulher.

- Pois é, e tenho pena. A nossa terra precisa tanto de gente nova. Não nasce uma criança por aqui já faz tempo. Dizem até que a escola corre o risco de fechar.
Ainda não fechou porque agora recebe alunos das aldeias vizinhas. Vai um autocarro buscar e levar.

- É verdade. Os da nossa geração partiram quase todos. Vale o mês de Agosto para matar saudades.

- É isso. Hás-de ver como a nossa aldeia está composta de gente. A semana passada chegaram muitos emigrantes.

- Já não conheço ninguém. Tenho uma vaga ideia deles em criança, mas se os vir não os conheço.

- Eu mostro-te tudo. Olha, vamos ali à Avenida ao café que agora devem estar lá muitos.

 Olha, vamos ali à Avenida ao café que agora devem estar lá muitos

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Entrei em casa para avisar a minha mãe que íamos ao café

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Entrei em casa para avisar a minha mãe que íamos ao café.

Troquei rápidamente de roupa, escovei o cabelo, coloquei um brilhosinho nos lábios e saí.

O percurso era perto e bom caminho pelo que fomos a pé.

Pelo caminho ia explicando quem era quem e quem vivia ali.

- Boa tarde, Juliette. Hoje vens bem acompanhada, disse Céu, a dona do café que não perdia uma oportunidade de me provocar.

- Este é o doutor Rodolffo, filho dos meus vizinhos.

- O filho da Camila? Como está doutor?

- Doutor nada. Aqui sou o Rodolffo apenas. Muito gosto em conhecê-la.

- Acho que ainda somos primos afastados. Pelos nossos avós julgo eu.

- É bem possível.

- Dois cafés, Céu. Rodolffo queres algo mais?

- Só café.

A cada um que ia chegando eu apresentava e explicava quem era Rodolffo.
A mesa que era de dois passou a quatro, seis e por aí adiante. Às tantas já outras mesas foram juntas e éramos uma roda de mais de vinte.

Cafés, whiskys, aguardentes cervejas e outras bebidas rodavam no grupo. Eu não bebo e fiquei na àgua. Rodolffo olhava para mim a cada bebida que colocavam na sua frente.

- Vão com calma que o doutor não está habituado ao álcool.

- Tem que se habituar.

- Só não costumo fazer misturas. Vou ficar só na cerveja.

- Ó Céu, traz outra rodada de imperiais, gritou um deles.

Depois de mais duas rodadas Rodolffo olhou para Juliette como que a pedir socorro.

- Bem, pessoal! Eu e o Rodolffo temos que ir embora porque combinámos ir passear os velhotes.

- Mas ainda é cedo.

- Amanhã também é dia. Têem o mês todo para se encontrarem. Tchau.

- Obrigado malta. Vemo-nos por aí. Vou ali pagar a conta.

- Vai e nunca mais ouves uma fala nossa. A conta está paga, essa agora!

Rodolffo e Juliette despediram-se e caminharam de regresso a casa.

- Graças a Deus que percebeste o meu olhar. Não quero ficar bêbado logo no primeiro dia. Mesmo assim já estou mais pra lá do que pra cá.

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