Capítulo 23

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Agora com os pais de Rodolffo eu sentia-me mais acompanhada.

O pai era bastante reservado, mas com a mãe tinha longas conversas.  

Por vezes convidavam-me para almoçar com eles ou mesmo para jantar.

Rodolffo ligava aos pais todos os dias e comigo normalmente conversávamos à noite quando ele estava em casa ou no intervalo de algum plantão.

Amanhã era meu aniversário.  3 de Dezembro.   Eu não queria festa.  O único presente que eu gostaria era tê-lo aqui comigo.

Disse-lhe isso mesmo ainda agora quando ele ligou.

- Eu também queria.  Talvez possa estar aí no Natal.

- Oh.  Ainda falta tanto tempo!

- O tempo passa depressa.

- Ainda não tiveste resposta sobre o emprego?

- Não.   Está tudo igual.

- Com tanta falta de médicos por aqui, pensei que fossem logo aceitar o teu pedido.

- Não é como desejamos.
Amanhã eu ligo.  Um beijo grande,  amor.  Amo-te.

- Dorme bem.  Amo-te muito também.  Beijos.

Amanheceu.

Juliette acordou cedo.  Não conseguiu dormir muito bem.  No dia do seu aniversário,  a mãe sempre lhe levava o café na cama.  Hoje ela não teria esse mimo.

Vestiu a roupa de trabalho e foi tratar dos animais.  Apanhou duas alfaces e umas couves e foi levá-las à Camila.

- Parabéns, minha filha.  Ontem o Rodolffo disse-me que fazias anos hoje.

- Obrigada.   Tem aqui estas hortaliças.  Quando precisar é só ir apanhar.

- Obrigada.  Olha, hoje vou fazer um almocinho melhorado para nós três.  Apesar de tudo temos que celebrar mais um ano.

- Não se incomode.  E só mais um dia.

- Não é só mais um dia.  Vem almoçar connosco.  Faço muito gosto.

Juliette regressou à quinta  e ainda esteve por lá mais duas horas.  Depois regressou a casa tomou um banho, passou um perfume e ondulou os cabelos.
Vestiu um conjunto calça, blusa de malha quente pois o dia acordou bem frio, e colocou o casacão por cima.

Já eram 13 horas quando chegou para o almoço.

Camila já tinha posto a mesa e  Juliette reparou no prato a mais.  Pensou que eles tivessem convidado mais alguém e não fez perguntas.

Faz aí companhia ao Álvaro.  Já trago o almoço.  É só esperar pela outra pessoa.

Juliette começou uma conversa com o pai de Rodolffo.   Habitualmente ele falava pouco.  Era preciso puxar assunto e foi o que fez.

Já tinham passado uns bons 20 minutos quando  a campainha toca.

- Juliette,  podes abrir por favor?

- Juliette abriu a porta e teve a melhor visão da sua vida.  Um enorme buquê de rosas vermelhas que cobria toda a entrada.

  Um enorme buquê de rosas vermelhas que cobria toda a entrada

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- O que é isto?

- Muitos parabéns, meu amor.  Rosas para a mais linda flor.

- Rodolffo!!

Juliette não sabia se segurava nas rosas ou abraçava Rodolffo.   Ele entrou e colocou o buquê no chão para a segurar no colo.

- Vieste?  Porque não me disseste?

- Era surpresa.  Gostaste?

- Amei.  O melhor presente.

Beijou-a e depois foi cumprimentar os pais.  Ela pegou no buquê e cheirou as rosas.

- A tua mãe sabia?  Tia Camila!  Por isso o quarto prato?

- Só não te podia dizer.  Estragava a surpresa.

- Tenho outras surpresas.
A primeira e mais importante:   Vim para ficar.  A segunda: vou ao carro buscar o teu bolo de aniversário.

- Vou ter bolo? É bom, mas nada se compara ao facto de ficares cá.  Estou muito feliz por isso.  Não podia ter melhor presente hoje.

Eu fui com ele e aproveitei para o puxar para um cantinho e dar-lhe um beijo a sério porque na frente dos pais eu sinto vergonha.

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