Capítulo 9

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Era manhã do dia da festa.  Pelas ruas da aldeia a banda filarmónica desfilava atrás da procissão.

Eram as primeiras comemorações em honra dos padroeiros,  Sto. Estêvão e Sta. Eufémia.

Seguiu-se o almoço oferecido pelos mordomos da festa.  Cada um dos mordomos acolhia em sua casa um ou mais elementos da banda para se deliciarem com o cabrito e outras iguarias.

Pelas 15 horas, apresentavam-se no recinto da festa a banda filarmónica para o habitual concerto e o rancho folclórico.

Seguiam-se alguns jogos tradicionais  até à hora em que todos recolhiam a casa para jantar.

Fui convidado para segurar no andor do Senhor dos Passos, e como era pesado, meu Deus.  Cheguei ao final com o ombro todo dorido e à hora de jantar tive que pôr um creme para aliviar o hematoma.

Terminado o jantar fui vestir uma camisa branca e uma calça jeans.  Passei um perfume e estava pronto  para seguir para o arraial.

Os meus pais já me esperavam e na saída chamámos os vizinhos.

A noite estava quente.  Juliette apareceu de calças pantalonas  e um croped deixando a barriga à mostra.

Os cabelos ligeiramente ondulados caíam pelos ombros.

Seguimos aos pares para o recinto da festa.   As nossas mães, os nossos pais e mais atrás ia eu e Juliette.

Aproveitámos e fomos tomar um café disponível num dos quiosques.

Enquanto a banda não começava a tocar, vários grupos se formaram em amena cavaqueira.

Juliette sentou-se com a minha mãe e a dela num banco disponível.  Eu fiquei com os velhotes um pouvo mais afastados.

À hora marcada  começa o baile e logo vários pares se dirigem para a frente do palco, na pista destinada para o efeito.

Após a primeira música e depois de me inteirar como a coisa funcionava eu dirigi-me para o local onde as mulheres estavam,  mas vi o Guilherme e ele foi mais ligeiro.  No segundo seguinte já ele e Juliette estavam no meio da pista.

Apertei as mãos que mantive nos bolsos e aproximei-me da minha mãe.

- Não vais dançar, filho?

- Já vou, mãe.  Ainda é cedo.

Fiquei ali olhando para os dois e achando o Guilherme bem abusado.

A banda terminou de tocar e Juliette voltou para perto de nós.  Logo começou outra música e eu nem dei tempo dela sentar.
Segurei na mão dela e avançámos para a pista.

A cada paragem eu vi que alguns casais não abandonavam a pista e eu fiz como eles.  Assim garantia o par em todas as danças.

Após várias danças veio uma série de musica rock que Juliette disse não apreciar e voltámos para junto das mães.

- Quem quer uma bebida?

- Eu vou contigo, Rodolffo.   Mãe, água?

- Sim.

- Para mim também diz Camila.

Fomos buscar as bebidas.  Os nossos pais não os vemos desde que chegámos.  Devem estar por aí numa roda de amigos.

- Estás a gostar, Rodolffo?

- A adorar.  Danças muito bem.

- Tu também não ficas atrás.  Onde aprendeste?

- Sempre frequentei as festas da Associação Portuguesa no Luxemburgo desde pequeno.  Estou familiarizado com o ritmo.

Perto da meia noite os pais comunicaram que iam embora.  Juliette e Rodolffo preferiram ficar mais um pouco.

Foram até ao bar e desta vez pediram uma imperial para cada um.

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