Era manhã do dia da festa. Pelas ruas da aldeia a banda filarmónica desfilava atrás da procissão.
Eram as primeiras comemorações em honra dos padroeiros, Sto. Estêvão e Sta. Eufémia.
Seguiu-se o almoço oferecido pelos mordomos da festa. Cada um dos mordomos acolhia em sua casa um ou mais elementos da banda para se deliciarem com o cabrito e outras iguarias.
Pelas 15 horas, apresentavam-se no recinto da festa a banda filarmónica para o habitual concerto e o rancho folclórico.
Seguiam-se alguns jogos tradicionais até à hora em que todos recolhiam a casa para jantar.
Fui convidado para segurar no andor do Senhor dos Passos, e como era pesado, meu Deus. Cheguei ao final com o ombro todo dorido e à hora de jantar tive que pôr um creme para aliviar o hematoma.
Terminado o jantar fui vestir uma camisa branca e uma calça jeans. Passei um perfume e estava pronto para seguir para o arraial.
Os meus pais já me esperavam e na saída chamámos os vizinhos.
A noite estava quente. Juliette apareceu de calças pantalonas e um croped deixando a barriga à mostra.
Os cabelos ligeiramente ondulados caíam pelos ombros.
Seguimos aos pares para o recinto da festa. As nossas mães, os nossos pais e mais atrás ia eu e Juliette.
Aproveitámos e fomos tomar um café disponível num dos quiosques.
Enquanto a banda não começava a tocar, vários grupos se formaram em amena cavaqueira.
Juliette sentou-se com a minha mãe e a dela num banco disponível. Eu fiquei com os velhotes um pouvo mais afastados.
À hora marcada começa o baile e logo vários pares se dirigem para a frente do palco, na pista destinada para o efeito.
Após a primeira música e depois de me inteirar como a coisa funcionava eu dirigi-me para o local onde as mulheres estavam, mas vi o Guilherme e ele foi mais ligeiro. No segundo seguinte já ele e Juliette estavam no meio da pista.
Apertei as mãos que mantive nos bolsos e aproximei-me da minha mãe.
- Não vais dançar, filho?
- Já vou, mãe. Ainda é cedo.
Fiquei ali olhando para os dois e achando o Guilherme bem abusado.
A banda terminou de tocar e Juliette voltou para perto de nós. Logo começou outra música e eu nem dei tempo dela sentar.
Segurei na mão dela e avançámos para a pista.A cada paragem eu vi que alguns casais não abandonavam a pista e eu fiz como eles. Assim garantia o par em todas as danças.
Após várias danças veio uma série de musica rock que Juliette disse não apreciar e voltámos para junto das mães.
- Quem quer uma bebida?
- Eu vou contigo, Rodolffo. Mãe, água?
- Sim.
- Para mim também diz Camila.
Fomos buscar as bebidas. Os nossos pais não os vemos desde que chegámos. Devem estar por aí numa roda de amigos.
- Estás a gostar, Rodolffo?
- A adorar. Danças muito bem.
- Tu também não ficas atrás. Onde aprendeste?
- Sempre frequentei as festas da Associação Portuguesa no Luxemburgo desde pequeno. Estou familiarizado com o ritmo.
Perto da meia noite os pais comunicaram que iam embora. Juliette e Rodolffo preferiram ficar mais um pouco.
Foram até ao bar e desta vez pediram uma imperial para cada um.
