Pediram o jantar no quarto e não saíram nessa noite.
As noites quentes convidavam a conversas e passaram parte da noite na varanda entre beijos, contemplação da lua e sexo.
Já o dia clareava quando resolveram dormir um pouco.
Domingo acordaram já tarde. Tomaram café e partiram. Juliette queria passar no Santuário da Nossa Senhora da Assunção
Depois de visitarem o Santuário e apreciado a paisagem, desceram para almoçar em Vila Flor.
Para terminar o dia foram até à ponte de Remondes. A ponte romana que atravessa o rio, bem bonita, é que serve para ligar as duas margens. Agora vai ser substituída por uma mais moderna e vai ficar submersa com a construção da barragem do baixo Sabor.
Tal como a maioria da população Juliette também lamentava a destruição do património arquitectónico.
Aquela hora não havia ninguém. Os visitantes domingueiros já se tinham ido embora.
Juliette e Rodolffo aproveitavam para tirar fotos na ponte para mais tarde recordar. Da ponte e dos momentos deles.
Aproveitaram que o sol se punha e fizeram lindas fotos.
- Como vai ser quando me for embora?
- Muito difícil, Rodolffo.
- Só temos uma semana para estar juntos.
- Nem isso. Tu não vais no sábado?
- Sim. Sábado de manhã bem cedo. Apanhamos o voo no Porto às 18 horas.
Juliette tinha vontade de chorar, mas conseguiu conter as lágrimas.
Rodolffo abraçou-a e ficaram durante um tempo a contemplar a mudança de cores que se desenrolava com o por do sol.
Deram um beijo e voltaram para casa.
O pai de Juliette já se tinha deitado cedo como era habitual.
Rosarinho esperava a filha com o jantar no fogão.
- Boa noite, mãe.
- Boa noite, Ju. Como foi?
- Um fim de semana maravilhoso, mas estou triste por ele ir embora já sábado.
O pai disse alguma coisa?- Não te preocupes. Ele não sabe que foram sózinhos.
Quer dizer que agora são namorados?- Não falámos disso. Ele vai estar longe. Eu sei lá que vida ele leva lá no Luxemburgo!
- Ainda te dá a maluqueira e vais lá ter com ele.
- Se for só de visita, pode ser, mas viver lá nem pensar.
- Ele também não vai deixar o emprego para se enfiar neste fim de mundo.
- É. Meti-me numa bela alhada. O jeito é entregar nas mãos de Deus.
- Pois é. Vai jantar. O comer ainda deve estar quente.
Enquanto isso na casa de Rodolffo o questionário era idêntico. Rodolffo estava sentado à mesa com um prato à frente e a mãe ao seu lado.
O pai estava na sala a ver televisão.
- Vai ser difícil, mãe. Eu gosto muito dela.
- Chegas lá esqueces logo. Os teus namoricos nunca duraram muito.
- A Juliette é diferente. Com ela eu sinto que posso avançar.
- Ela cá e tu lá. Como os casamentos por procuração de antigamente.
- Ah, mãe! Hei-de pensar em alguma coisa.
- Não te quero ver a chorar pelos cantos. Vou-me deitar.
Boa noite filho.- Boa noite, mãe. Até amanhã.