Capítulo 12

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Pediram o jantar no quarto e não saíram nessa noite.

As noites quentes convidavam a conversas e passaram parte da noite na varanda entre beijos, contemplação da lua e sexo.

Já o dia clareava quando resolveram dormir um pouco.

Domingo acordaram já tarde.  Tomaram café e partiram.   Juliette queria passar no Santuário da Nossa Senhora da Assunção

Depois de visitarem o Santuário e apreciado a paisagem,  desceram para almoçar em Vila Flor.

Para terminar o dia foram até à ponte de Remondes.  A ponte romana que atravessa o rio, bem bonita, é que serve para ligar as duas margens.  Agora vai ser substituída por uma mais moderna e vai ficar submersa com a construção da barragem do baixo Sabor.

Tal como a maioria da população Juliette também lamentava a destruição do património arquitectónico.

Aquela hora não havia ninguém.  Os visitantes domingueiros já se tinham ido embora.

Juliette e Rodolffo aproveitavam para tirar fotos na ponte para mais tarde recordar.  Da ponte e dos momentos deles.

Aproveitaram que o sol se punha e fizeram lindas fotos.

- Como vai ser quando me for embora?

- Muito difícil, Rodolffo.

- Só temos uma semana para estar juntos.

- Nem isso.  Tu não vais no sábado?

- Sim.  Sábado de manhã bem cedo.  Apanhamos o voo no Porto às 18 horas.

Juliette tinha vontade de chorar, mas conseguiu conter as lágrimas.

Rodolffo abraçou-a e ficaram durante um tempo a contemplar a mudança de cores que se desenrolava com o por do sol.

Deram um beijo e voltaram para casa.

O pai de Juliette já se tinha deitado cedo como era habitual.

Rosarinho esperava a filha com o jantar no fogão.

- Boa noite, mãe.

- Boa noite, Ju.  Como foi?

- Um fim de semana maravilhoso, mas estou triste por ele ir embora já sábado.
O pai disse alguma coisa?

- Não te preocupes.  Ele não sabe que foram sózinhos.
Quer dizer que agora são namorados?

- Não falámos disso.  Ele vai estar longe.  Eu sei lá que vida ele leva lá no Luxemburgo!

- Ainda te dá a maluqueira e vais lá ter com ele.

- Se for só de visita, pode ser, mas viver lá nem pensar.

- Ele também não vai deixar o emprego para se enfiar neste fim de mundo.

- É.  Meti-me numa bela alhada.  O jeito é entregar nas mãos de Deus.

- Pois é.  Vai jantar.   O comer ainda deve estar quente.

Enquanto isso na casa de Rodolffo o questionário era idêntico.  Rodolffo estava sentado à mesa com um prato à frente e a mãe ao seu lado.

O pai estava na sala a ver televisão.

- Vai ser difícil, mãe.  Eu gosto muito dela.

- Chegas lá esqueces logo.  Os teus namoricos nunca duraram muito.

- A Juliette é diferente.  Com ela eu sinto que posso avançar.

- Ela cá e tu lá.  Como os casamentos por procuração de antigamente.

- Ah, mãe!  Hei-de pensar em alguma coisa.

- Não te quero ver a chorar pelos cantos.  Vou-me deitar.
Boa noite  filho.

- Boa noite, mãe.   Até amanhã.



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