36. Teoria da Relatividade

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[Jihyo]

29 dias

"O que é simultâneo para mim pode não ser para você, e o que é uma hora para mim pode ser um minuto para você, dependendo do nosso movimento relativo."

Nos últimos meses, o tempo parecia se esticar e se contrair de maneiras diferentes, como se fosse uma contraindicação das circunstâncias que eu estava vivendo. Cada segundo no hospital, era uma eternidade. Cada dia vivido, era doloroso. Cada memória sobre Sana, era apenas o passado. 

O tempo nunca é o mesmo para todos. Para alguns ele passa mais devagar, para outros mais rápido. Algumas pessoas dizem que ele é o remédio e pode curar tudo. Outras dizem que pensar demais no futuro é excesso de ansiedade. Mas, tudo depende de onde você está e do que está fazendo. 

Naquele momento em que aguardava Mina falar o que tinha acontecido com Sana, o tempo passava rápido demais. Mas para Sana, seja lá o que tinha acontecido, tinha passado rápido demais. 

- Calma Hyo ... - Mina parecia lutar para encontrar as palavras certas. - Senta por favor. 

- Você está me deixando preocupada assim - insisti, minha ansiedade aumentando a cada segundo de silêncio. - Fala rápido assim eu sinto de uma vez o que aconteceu. 

- Ela acordou, Jihyo. - As palavras de Mina me atingiram em cheio. O tempo agora, estava sendo o nosso melhor remédio. Por alguns segundos minha mente se recusou a processar a magnitude daquilo que ela estava dizendo.

- Como? - Minha voz soou trêmula, incapaz de conter a emoção que ameaçava transbordar. - Isso é sério? 

- Ela acordou durante os exames do dia - Mina me abraçou, lágrimas de alívio e alegria brotaram em seus olhos. - Eu senti tanto a falta dela. 

Meus joelhos fraquejaram com a notícia, como se o peso de todas as emoções acumuladas me atingisse de uma só vez. Um misto de alívio e alegria inundou meu corpo, e as lágrimas que eu segurava por tanto tempo agora podiam finalmente fluir, sem tristeza alguma.

A espera, o tempo que parecia se esticar infinitamente, trouxe de volta meu planeta preferido à órbita. Novamente, há quem diga que o tempo é o melhor remédio, capaz de curar todas as feridas.

Mina se afastou lentamente me deixando só para que eu pudesse digerir tudo o que estava acontecendo. Vi rapidamente ela discando o telefone para Nayeon e Jeongyeon, transmitindo a notícia que havíamos esperado por tanto tempo. 

- Quando nos liberarem, você pode ir primeiro? -  Falei assim que ela se sentou ao meu lado. Minha voz mal conseguia sair, a emoção estava me sufocando. - Eu não...

- Por que? - Mina perguntou confusa.

- Eu... Eu não sei se consigo entrar agora - confessei, a vulnerabilidade me dominando.

- Jihyo... - Mina começou, sua expressão cheia de compreensão. - Sana te ama. Vamos enfrentar isso juntas. 

- Mas.. e, se.. ela perdeu a memória. Por favor - implorei, minhas palavras saindo em um sussurro frágil, minha mente ainda processando o que acabara de acontecer. - Eu não aguento mais um baque Minari. 

Naquele momento de tensão, a médica saiu do quarto de Sana com uma expressão serena, porém preocupada. Seus olhos cansados refletiam a intensidade das últimas horas de trabalho. Ela segurava uma prancheta onde anotava informações importantes sobre o estado de Sana e os procedimentos realizados. Ao se aproximar, a médica nos olhou com compaixão, reconhecendo a ansiedade e a esperança em nossos rostos. Ela sabia da importância da notícia que tinha para nos dar. 

Expresso - Sahyo (1° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora