Sana
A atmosfera em Seul era carregada de inúmeros problemas sociais, semelhante a um campo minado onde a explosão iminente parecia inevitável. O alto número de protestos contra o presidente era um combustível a esse fogo. Sua reputação era manchada e, em menos de oito meses de governo, já estava sendo contestado pela oposição.
Do outro lado da cidade estava o Palácio Presidencial, um lugar que agora eu deveria chamar de "casa", embora fosse tudo menos uma residência habitável. Era uma estrutura enorme, com uma fachada imponente que escondia os bastidores tumultuados do governo. Os corredores eram como labirintos, e as paredes pareciam sussurrar os segredos de décadas de política e brigas. Um lugar onde o peso da responsabilidade e da expectativa se misturava com o poder, criando uma atmosfera sufocante.
Hoje é mais um desses dias intermináveis, aqueles em que me encontro cercada por rostos amontoados e câmeras. O governo era sobre aparências. Ser a primeira dama não é tarefa fácil, principalmente de um um país que espera que eu seja um exemplo de graça e elegância. Mas por trás de todas as risadas, acenos e sorrisos, tudo era uma farsa. Nesse ambiente político instável e turbulento, cada gesto é cuidadosamente calculado, como uma peça de xadrez, cada movimento tinha consequências profundas.
Tudo começou cedo demais. Conheci Suho meio que por acaso, nós nos casamos e naquela época, ele não era um político. Ele era apenas um homem extremamente ambicioso com uma carreira brilhante em uma das maiores empresas do país. Naquela época, todos os nossos sonhos eram em conjunto.
Hoje, ele é o Presidente da Coreia do Sul. Uma posição que ele sempre desejou, causando inúmeros inimigos. Sua carreira empresarial foi deixada de lado quando um acordo milionário foi fechado e seu nome apareceu na mídia. Sua candidatura teve apoio de contatos influentes e claro, por conta da sua imensa fortuna.
Eu nunca pedi para ser Primeira-Dama mas que foi imposta a mim pela reviravolta do destino.Ao longo desse caminho, nosso relacionamento se perdeu e nossos sonhos jamais saíram do papel. Suho se tornou um homem frio e calculista.
- Querida, você está brilhante hoje - Suho sussurra enquanto ele abre a porta se depara com seus secretários te esperando. Seu sorriso é forçado, sua atenção é superficial. Ele olha para mim como se eu fosse uma peça de mobília, um adereço para sua imagem pública.
- Obrigada. - Respondo automaticamente, como sempre faço.
Descemos as escadas juntos, e a multidão aplaude quando aparecemos na porta do palácio. Sorrio, aceno e balanço a mão para a multidão, mas minha mente suplica para sair daquele lugar. Eu me pergunto se algum deles consegue ver a dor em meus olhos ou se eles só veem a primeira-dama perfeita que Suho deseja que eu seja.
Nesse lugar, eu era apenas uma peça em um jogo político, uma peça que lutava para encontrar meu próprio significado em meio ao caos.
A luz brilhante que refletia no salão de baile do Palácio Presidencial da Coreia, transformava o local em um cenário digno de um conto de fadas, típico de Cinderela que perde seu sapato nas escadarias. As paredes brilhavam e a música clássica fluía suavemente pelos cantos.
Nós éramos o epicentro desse espetáculo, cercados por rostos sorridentes pesados de tanta maquiagem para cobrir tamanhas imperfeições e trajes elegantes que apertavam seus corpos. Eu estava em um teatro, dignos de palhaços, estava longe de ser um conto de fadas.
Meu papel era cumprimentar os convidados e ser a anfitriã perfeita. Eu sorrio, faço pequena conversa, e tento não pensar em como este pesadelo virou minha vida de pernas para o ar. As horas passam lentamente, e quando finalmente terminamos, estou exausta.
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Expresso - Sahyo (1° Temporada)
FanficQuando Sana se torna a primeira-dama da Coreia, sua vida parece perfeita. No entanto, por trás das portas fechadas do Palácio Presidencial, ela se sente solitária e incompreendida. Tudo muda quando ela conhece Jihyo, a dedicada assessora de seu mari...