Expresso - Sahyo (1° Temporada)

10. Novo cargo, novas responsabilidades

[Jihyo]

O dia começou como qualquer outro na frenética rotina no gabinete. Atravessei os corredores, mantendo a postura discreta que a vida política exigia. Ao chegar em minha mesa, o ambiente estava impregnado com a energia habitual, marcado por murmúrios de funcionários discutindo os afazeres do dia.

- Park Jihyo - Suho chamou meu nome, insistente - Park Jihyo - Repetiu.

Adentrei a sala do presidente, onde a atmosfera imponente e elegante inspirava respeito. Suho estava ali, atrás de sua imponente mesa, com uma expressão séria que dava poucos indícios sobre o motivo da minha presença.

- Sim - Encostei ao lado da porta. - Em que posso ajudar?

- Parabéns, está promovida como Assessora Chefe do Departamento de Comunicação. Essa é Kim Dahyun, sua nova assistente - Disse sem nenhuma cordialidade, apresentando a nova funcionária. - Retire suas coisas da sua mesa anterior e dê para Kim. Sua nova sala fica a esquerda.

Concordei, mas uma pergunta persistia em minha mente: o que ele estava tramando?

- Oi senhorita Park - Dahyun estendeu a mão, enquanto saíamos da sala. - Prazer em te conhecer e trabalhar com você.

Dahyun aparentava ser bem mais jovem que eu. Vestia uma roupa social, tinha cabelos pretos e a pele branca como a neve.

- Pode me chamar só de Jihyo - apertei sua mão. - "Senhorita" me faz sentir um pouco velha. - Rimos. - Comece organizando suas coisas nessa mesa; eu vou pegar meu computador e minha bolsa. Os acessos estão na gaveta.

Nunca antes tive uma sala só para mim. A novidade da experiência trazia consigo uma carga de responsabilidades que eu estava pronta para enfrentar, mas o que mais me intrigava era compreender a razão por trás dessa mudança repentina. Suho não era conhecido por alterar posições sem uma motivação específica do partido.

Coloquei minhas poucas coisas em uma caixa, o que facilitou a mudança para o novo local. A sala, de tamanho médio e sem qualquer elemento de decoração, possuía duas mesas, o que parecia um tanto peculiar.

Arrumei meus pertences na mesa, posicionando o computador, uma agenda e meu copo de café.

- Oi - A rotina silenciosa foi interrompida com a entrada de Sana no ambiente, deixando sua bolsa e casaco na cadeira, marcando sua presença de forma casual.

Quando ela entrou no ambiente de trabalho naquele primeiro dia, uma onda de expectativa e nervosismo varreu a espinha da minha coluna. Meus olhos encontraram os dela, e por um breve instante, o tempo pareceu estagnar. A energia que emanava dela era palpável, uma mistura de confiança e vulnerabilidade que adicionava uma dimensão intrigante ao espaço.

- O que tá fazendo aqui? - Perguntei sem usar nenhuma cordialidade. - Desculpa, péssimo hábito.

- Você pode me chamar só de Sana - Piscou - Eu gosto. Bom, me disseram que aqui é minha sala a partir de agora...

Não era possível.

- Senhor - Falei baixinho. Como eu iria sobreviver a isso agora? 

- O que disse ? - Perguntou tentando entender o que eu tinha dito.

- É... - Tentei mudar de assunto. - Seja bem vinda.

- Obrigada - Respondeu sentando na cadeira.

Observar Sana navegando pelo ambiente de trabalho trouxe uma sensação única, como se o próprio ar reagisse à sua presença. Cada movimento era marcado por uma graça cativante, uma coreografia natural que transformava o simples ato de caminhar em um espetáculo. Sentia-me envolta por uma aura magnética, e a atmosfera ao meu redor ganhava um toque de intensidade.