Expresso - Sahyo (1° Temporada)

37. Ainda é tudo confuso

[Sana]

Depois de acordar de um longo período de sono, minha mente estava confusa, assim como os eventos que me levaram ao hospital.

Jihyo estava lá desde o início, passando noites sem dormir ao meu lado em uma cadeira desconfortável. Eu podia sentir a preocupação em sua voz e o cansaço em seus olhos, mas ela se recusava a deixar meu lado e ir para casa. Nós não sabíamos quando eu receberia alta, mas os médicos falavam em alguns dias, assim que todos os exames apontassem que eu estava estável. Eu ainda estava tentando entender o que havia acontecido, mas Jihyo evitava falar sobre isso.

Meus sentidos estavam lentamente se recuperando, mas ainda havia uma sensação de desconexão com a realidade. O ferimento em meu abdômen já estava cicatrizando, mas as lembranças daquela noite ainda estavam confusas em minha mente. Toda vez que tentava abordar o assunto com Jihyo, ela desviava, como se não quisesse reviver aqueles momentos difíceis.

- Cadê minha aliança Hyo? - Minha voz saiu fraca e distante, como se viesse de um lugar distante.

- Aqui - Jihyo apontou para sua mão livre. - Guardei ela comigo.

Estendi a mão e, com dificuldade, examinei o anel que ela segurava. Um fraco sorriso surgiu em meus lábios, mas logo desapareceu quando percebi o quão magra minha mão estava.

- Minha mão tá tão fina que o anel cai - comentei, surpresa e um pouco alarmada com a mudança em meu próprio corpo.

- Amor, você quer comer alguma coisa? Posso pedir aqui - Jihyo ofereceu, sua voz soando preocupada e gentil.

- Agora não - respondi, minha mente ainda turva e confusa.

- Quer que eu arrume seu travesseiro? Tá desconfortável? - ela perguntou, sua preocupação evidente.

- Tá tudo bem, Hyo, de verdade - tentei assegurá-la, embora por dentro ainda estivesse lutando para entender o que estava acontecendo.

- Amor - chamei suavemente, vendo a expressão preocupada nos olhos de Jihyo. - Eu preciso entender o que aconteceu e como acabei aqui.

- Certo - ela concordou, mas pude ver a dor em seu rosto enquanto ela se preparava para reviver novamente momentos difíceis.

- Por favor, eu sei que doí tocar nisso. Sei que você sente tudo ainda, mas eu preciso entender. - Busquei palavras para explicar o que eu queria que seria falado para mim.

- Você lembra que estávamos no casamento da Nayeon e da Mina? - Jihyo começou, e se sentou ao meu lado na cama.

Cada frase que ela formulava, meu cérebro montava um quebra-cabeça que eu tentava entender como acabei no hospital.

- Sim - respondi, a lembrança daquela noite ainda nítida em minha mente.

- Ok, é um bom começo - Respirou fundo. - Elas tinham combinado que seria só uma festa para poucas pessoas. O que aconteceu foi que, nossa casa foi invadida alguns dias antes. Demos queixa e a polícia foi investigar, eles descobriram que Suho e minha mãe se encontraram várias vezes naquela semana e planejaram fazer algo no casamento. E no dia do casamento, houve uma falha de segurança em um dos postes da entrada e foi assim que ele conseguiu entrar. Eu fui feita de refém, mas você pediu para trocar de lugar comigo. No final, você foi atingida, passou por cirurgia e dormiu por alguns dias.

- Eles planejaram isso? - Perguntei, minha mente lutando para processar a informação.

- Sim - Jihyo confirmou, uma lágrima escapava de seus olhos. - Mas o alvo deles era eu, não você.

Enquanto Jihyo lutava para conter suas emoções, eu via sua vulnerabilidade em sua voz e isso cortava meu coração. Naquele momento eu desejava poder tirar toda a sua dor.