Expresso - Sahyo (1° Temporada)

15. Minha Galáxia

[Sana]

- Minari, quando você percebeu que gostava da Nayeon? - perguntei. Era pós trabalho e nós tínhamos acabado de sentar em um café aconchegante, o aroma do café recém-passado pairando no ar.

Mina olhou para mim, seus olhos perdidos em memórias. Ela franziu a testa, e depois de um momento, começou a falar. - Não acho que "gostar" seria a palavra certa - disse, mexendo com a colher no café. - Eu percebi que amava ela quando tudo o que eu fazia, remetia a ela. Desde pensar como era tomar café e escutar a risada dela cedo ou até andar de mãos dadas na praia.

- É que ontem eu fui até a casa dela e enfim, a gente ficou junto e tudo mais - Passei a mão pelo colarinho do copo, sentindo a textura. - E quando eu estava indo embora, ela disse que me amava.

Mina levantou uma sobrancelha, surpresa. - Ela o que? - Duvidou. - Você respondeu de volta, né?

- Sim, e isso me assusta.

- Sana, eu acho que isso só foi uma confirmação do que você já queria - Colocou um pouco de comida na boca, mastigando pensativamente. - Nayeon foi a primeira que disse também. Eu fui muito fria no início porque estava com medo, então meu conselho é: se você gosta dela, diga, ame-a, não deixe de viver o que você tanto procura por medo.

Suspirei fundo, e Mina segurou minhas mãos juntas.

- Você sempre terá a mim, Nayeon e acredito que Momo também. Seremos seu porto seguro. - Sorriu, tentando me tranquilizar.

- O que seria de mim sem você? - Abracei Mina.

Mina era minha alma gêmea. Cada olhar, cada risada compartilhada, era como se nossa conexão fosse algo transcendental. Ela sempre esteve ao meu lado em todas as fases da vida, sejam boas ou ruins. Eu daria minha vida por ela sem pensar duas vezes.

- Satang, tem uma coisa que eu preciso te contar. - Ela deixou os talheres na mesa, seus olhos transmitindo uma mistura de nervosismo e ansiedade.

- Sim, meus ouvidos são seus. - Encarei-a, pronta para ouvir qualquer confissão que ela estivesse prestes a fazer.

- Eu ando pensando em construir uma família com a Nayeon.- As palavras dela pairaram no ar, carregadas de significado.

- Ah, Mina, como você cresceu. - Passei as mãos pelos seus ombros, sentindo o peso da decisão que ela compartilhava. - Vocês vão casar?

- Teoricamente, para casarmos, teríamos que ir para outro país. Então isso quer dizer que sim.

- Vocês já vivem uma vida de casadas, falando a verdade aqui.

- Exatamente, eu não ligo muito, mas faria por Nayeon. Ela quer tanto.-  Mina soltou uma risada de canto, e eu pude sentir a emoção em suas palavras.

- Minari, se é isso que você quer, eu vou te apoiar e te ajudar na cerimônia se quiser. - Sorri, sabendo que estava pronta para acompanhar minha amiga em mais esse capítulo significativo de sua vida.

[...]

O caminho de volta para o palácio presidencial era pontuado pelo silêncio tenso dentro do carro. Cada quilômetro percorrido apenas intensificava a atmosfera carregada que cada vez ficava mais tensa entre Suho e eu. O cenário noturno, com as luzes da cidade piscando lá fora, parecia refletir a tensão que iria se desenrolar.

Ao chegar à entrada do palácio, respirei fundo antes de adentrar. A grandiosidade do lugar não me impressionava mais. Agora era apenas um símbolo obscuro da minha vida. Ao subir os degraus da entrada principal, o eco dos meus passos reverberava nos corredores majestosos.