Capítulo 16 - Chanceler de Preto

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Depois de mais uns dez minutos, Mo Cong se levantou, olhou em volta mais uma vez e saiu da mesma maneira discreta com que havia entrado.

Sem hesitar, An Jie pegou sua jaqueta e bolsa e o seguiu.

Mo Cong entrou em um pequeno beco como se já tivesse feito isso muitas vezes antes. No início, havia alguns casais se beijando e negócios sendo feitos no escuro, mas, aos poucos, foram diminuindo as pessoas e seus ruídos foram ficando cada vez mais distantes. Até mesmo as luzes da rua pareciam ter diminuído seu trabalho.

Mo Cong estava com uma das mãos no bolso, seus passos não tinham pressa, sua postura era casualmente relaxada, mas como se estivesse de olho no que o cercava.

Depois de atravessar várias vielas igualmente escassamente povoadas, ele entrou em um lugar ainda mais estreito. Apenas uma luz ainda brilhava ali, com o abajur quebrado, deixando para trás uma lâmpada que piscava ocasionalmente.

Um homem com um casaco escuro estava parado sob a luz.

Mo Cong se aproximou e acenou para ele. "Si-ge."

O homem levantou a cabeça. Ele tinha cerca de trinta anos, com um rosto muito esbelto, um par de óculos sem aro no nariz. Sorrindo, ele olhou para Mo Cong. "O quê, você se encontrou com o velho rato?"

Mo Cong tirou um cigarro do bolso, segurou-o na boca e respondeu com um resmungo. Si-ge muito naturalmente pegou seu isqueiro e acendeu para ele. "Como foi?"

Mo Cong respirou fundo. "Está feito."

A expressão de Si-ge não mudou muito, ele apenas assentiu. "O velho rato não tinha outra escolha, Cao Bing o levou longe demais. Esse Cao Bing nunca se tornará grande coisa; tudo isso por tão pouco dinheiro. Ah, e você pegou as coisas dele?"

Mo Cong olhou para ele com um traço de zombaria. "Si-ge, você ficou estúpido? Dando isso para mim, ele quer morrer?"

Si-ge franziu a testa. "Isso é verdade. Que bicha, aquele rato velho, mas é melhor dar um jeito de o pegar o mais rápido possível"

"E o que você vai fazer com isso?" Mo Cong se encostou a um poste e soltou uma baforada de fumaça. Ele inalou profundamente, a fumaça que ele soltou parecia uma névoa. "Mesmo que você realmente queira que Cao Bing morra, talvez não o precise usar. Até os coelhos mordem se forem pressionados demais, mas... se ele souber que o velho rato e seus itens estão em nossas mãos, o que você acha que ele fará?"

Si-ge meditou por um momento. "Não se empolgue, Cao Bing é durão e traidor; ele até trairia seu próprio irmão de sangue. Não se pode confiar em pessoas assim "

"Quem disse que ele pode ser confiável? Mas ouvi dizer que Cao Bing recentemente" Mo Cong sorriu significativamente. "Entrou no negócio de terras."

"Hum?" Si-ge fez uma pausa. "Você quer dizer a terra que ele comprou no leste? O que há com ela?"

"Nada." Mo Cong sorriu assustadoramente. "Aquele Velha Arma Zhai tem se mantido discreto por muitos anos, silenciosamente lavando seus negócios, mas isso não significa que a cova dos leões seja um lugar onde um cachorro possa entrar."

"O subúrbio leste?" A primeira reação de Si-ge foi a negação. "Isso não pode ser, o pessoal de Zhao Haidong deixou de ser ativo lá há muito tempo."

"Se pode ou não, você saberá quando o vir. Eu não vou contar os detalhes ainda." Mo Cong estreitou os olhos e jogou fora a cinza do cigarro. "E se fizermos uma aposta"

"Vai se foder, cara, você está de olho no meu carro novo de novo, não é?" Si-ge riu. "Uma aposta com você? Se eu fizer isso, não serei capaz de manter minhas calças na minha bunda. Tudo bem, vamos fazer o que você diz... Agora todo mundo sabe que eu tenho um 'Chanceler de Preto'; quem sabe quando eles virão cavando atrás de você. Não mude de lado quando isso acontecer."

Uma Jornada de Regresso [Pt-Br]Onde histórias criam vida. Descubra agora