Capítulo 17 - O Som Da Família

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O alarme tocou obedientemente. An Jie abriu os olhos, olhou para o teto por meio minuto, depois rolou e deu um tapa nele. Seu plano original era acordar cedo e fazer a lição de casa; depois de uma carreira tão longa no ensino médio, ele suspeitava que as impressoras da escola trabalhavam demais todo fim de semana, os papéis das provas de todas as matérias caíam como flocos de neve sem um aviso de tempo frio, causando uma enorme nevasca em um momento, enterrando os lamentos de uma sala de aula inteira.

Além das provas que os professores imprimiam, havia também as que eram dadas aos alunos de todas as séries. O mais horrível era o Exame Nacional Conjunto, que se abria com várias dobras até se tornar um edital imperial.

Já era muito, mas ainda havia alguns pirralhos que não estavam satisfeitos, se contorcendo na livraria depois da escola, comprando livros de exercícios às dezenas, terminando cadernos inteiros em dias. An Jie enfiou seus 'flocos de neve' tristemente na bolsa e pensou, estou chegando aos quarenta, por que estou fazendo isso comigo mesmo?

Mas ele estava relaxado. Na noite anterior, An Jie decidiu desistir. Não que An Yinhu não tivesse consciência, mas na verdade... ele não tinha muita. Tudo bem se fosse um garoto normal, mas Mo Cong, aquele pirralho inexperiente, tinha ido longe demais. De todas as coisas que ele podia fazer, ele decidiu se associar à clandestinidade. O estado estava gastando dinheiro com esse grupo de futuras elites, mas esse pirralho não estava estudando para retribuir à sociedade, mas já estava caminhando por um caminho sem volta.

Agora que ele havia decidido ir embora, não adiantava mais fingir ser um bom aluno; ele abandonaria a escola na segunda-feira seguinte. An Jie rolou e pensou enquanto abraçava seu cobertor: os adultos sempre incomodavam seus filhos com seus 'poços de estudo', mas quando eles realmente tentavam, a menos que estivessem trabalhando para algum objetivo específico, seu autocontrole não era muito melhor.

A preguiça fazia parte da natureza humana, não é? Exceto que os jovens eram um pouco mais alheios - infelizmente, ele foi mais uma vez lembrado daquela prostituta em busca da morte, Mo Cong.

Ele dormiu até o sol aparecer pelas frestas das cortinas antes de finalmente se levantar e se limpar. Pegou um saco de leite na geladeira, colocou-o na boca e pegou um mapa para ver qual seria seu próximo destino.

Enquanto fazia isso, de repente se lembrou de algo e pegou o celular. "Você já acordou?"

Do outro lado do telefone, veio um murmúrio sonolento e, finalmente, uma resposta. "Porra An Yinhu, você está tentando me trazer de volta dos mortos, ligando tão cedo?"

An Jie parecia ter ouvido uma delicada voz feminina reclamando também e exclamou, encantado: "Cedo? Agora? Em que cama de garota você foi parar? Vá com calma!"

"Estou apenas começando." Zui She acordou um pouco e imediatamente começou a se gabar. "Deixe-me lhe dizer, seu irmão é..."

"Tudo bem, tudo bem, eu não estou aqui para brincar com você", disse An Jie vagarosamente enquanto folheava o folheto. "Vou devolver esta casa daqui a pouco; você alugou para mim, então pensei em lhe contar primeiro."

"Não, de onde veio isso? Mal se passaram dois meses e você já está cansado?"

"Um pouco." An Jie balançou a cabeça. "Não mencione isso. Não parece certo ficar escondido assim, sinto-me desconfortável."

"Então os filhos do seu salvador"

"Eu não pedi a ele para me salvar. Aquele velho verme de livros apareceu aleatoriamente e morreu, então por que ele deveria esperar que eu lhe devolvesse algum favor?" An Jie zombou. "Estou desistindo. Deixe-me dizer, não estou mais fazendo esse negócio de babá."

Uma Jornada de Regresso [Pt-Br]Onde histórias criam vida. Descubra agora